RESPM-20 anos
julho/agostode2014| RevistadaESPM 187 Cenasdopróximocapítulo Por FranciscoGracioso Foto: OrlandoAguiar E m1950, quando José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, iniciou sua trajetória no mundo das comunicações, a TV começava a dar os primeiros passos no Bra- sil. Enquanto a TV Tupi iniciava suas transmissões, ele escrevia seus primeiros textos para a Rádio Clube do Brasil. Passou por diversas estações de rádio e quase todas as emissoras de TV brasileiras, incluindo a TV Tupi. Também atuou como publicitário, naLintasPropaganda, naAlcântaraMachadoenaprodutoraLynxFilm—ondeajudouacriar a assinatura de umdos jingles brasileirosmais famosos, o “Varig, Varig, Varig...” Em1963, jánaTVRio, eleeoamigoWalterClark tentaramconvencer aTVRecordamontar uma rede nacional, mas a hipótese foi totalmente descartada pelos dirigentes da época. Até que, em 1967, ele ingressou na Globo e tratou de colocar a ideia em prática. “Sempre fui into- lerante: no rádio, na publicidade, nas emissoras em que trabalhei antes da Globo e, principal- mente, na Globo. Na minha escalada, fui me juntando a outros ‘intolerantes’ maravilhosos”, aponta oprofissional emsua autobiografia, O livro do Boni (Casa da Palavra, 2011). Ao longo desses 60 anos, Boni aderiu a todas as novidades tecnológicas — da FM ao vi- deoteipe, dos satélites à banda larga. Também utilizou modelos matemáticos para definir os preços dos comerciais, criar um sistema automatizado para demarcar os espaços publi- citários e um modelo de comercialização baseado em múltiplas variáveis. O resultado de tanto investimento deu origem ao famoso “Padrão Globo de Qualidade” e a inúmeras ideias geniais, como o famoso “plim, plim”, para chamar o comercial e tambémanunciar o retorno da programação. Também foi obra sua o programa humorístico Chico City , do humorista Chico Anysio, o Jornal Nacional e o “Projac”, cidade cenográfica da Globo. Em 1998, ele dei- xou a Rede Globo e cinco anos depois inaugurou sua própria emissora, a TVVanguarda, que é afiliada da Rede Globo no interior de São Paulo. Nesta entrevista, umdosmaiores protagonistas da TV brasileira conta como imagina a TV do século 21 e quais os impactos que as novasmídias tendema causar nomeio. “Uns perderão e outros ganharão na televisão, na internet, no que der e vier. Mas o conteúdo continua sendo a palavra de ordem, emqualquer veículo de distribuição”, afirma o empresário, que no Carna- val deste ano entrou na Sapucaí vestido de Charles Chaplin para receber uma homenagemda Beija-Flor, quemostrouna avenida do samba a evoluçãodomercadode comunicaçãonopaís.
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