RESPM-20 anos
julho/agostode2014| RevistadaESPM 19 Ohorizonteestáturvo, masépossívelreverter essatrajetória! Por FranciscoGracioso Foto: Divulgação “A partir da democratização, construímos instituições — democracia, Ju- diciário independente, imprensa livre e independente, novas crenças da sociedade e mercados sofisticados — que criam limites à continui- dade de maus governos.” Essa é a tese defendida por um dos princi- pais economistas da atualidade no Brasil, Maílson da Nóbrega, que é sócio-fundador da Tendências Consultoria Integrada. Filho de alfaiate, nascido numa cidade de dois mil habitantes no interior da Paraíba, ele começou a trabalhar aos 10 anos como descascador de caju e vendedor ambulante. Fez carreira no Banco do Brasil e, a partir de 1977, passou a ocupar cargos nos ministérios que criavam regras e geriam a intervenção do Estado na economia brasileira, durante os go- vernosmilitares de Ernesto Geisel e João Figueiredo. Até que em1988 aceitou o convite do então presidente José Sarney para assumir um dos postos mais importantes do país: o de ministro da Fazenda, função que desempenhou emumdos períodosmais conturbados do país, quando a inflação chegou a atingir o recorde de 84% aomês. Desde que deixou o governo, em 1990, ele atua como consultor e, mesmo fazendo duras críticas ao governo de Dilma Rousseff, acredita que “são baixíssimos os riscos de virarmos uma Argentina ou uma Venezuela. Ainda não ficamos ricos, mas fincamos as bases que nos protegem de ingressar em um círculo vicioso de pobreza”. Essa é a teoria defendida por ele no documentário O Brasil deu certo . E agora? , que registra os avanços econômicos do país nos últimos anos e sugere caminhos para o futuro. Agora, nesta entrevista, Maílson mostra por que o Brasil deu certo, o que mudou no país nas últimas duas décadas e quais os rumos que a nossa economia tende a tomar, independentemen- te do resultado das urnas nas próximas eleições.
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