RESPM-20 anos

julho/agostode2014| RevistadaESPM 193 custo. Acho que o prazo para cida- des menores deveria ser maior. Gracioso — Com o HD, as TVs podem produzir com maior qualidade para a telona. Mas como fica o paradoxo do uso do celular para a audiência de TV, que é uma das grandes tendências do futuro? As emissoras estão avaliando o impacto disso na formatação de no- vos conteúdos? Boni — Este será um novo e grande desafio. Acredito em eventos nos smartphones e em aplicativos. Acre- dito que usaremos o celular como videorreportagem, em larga escala, na TV Vanguarda. Já estamos com dezenas de unidades nas ruas, conec- tadas diretamente com a emissora. Mas programas habituais têm de ser formatados especialmente. Acredito em um grande campo para os produ- tores de formatação de atrações para celulares, mesmo que todos os celu- lares já recebam diretamente do ar as emissoras digitais. E a experiência da ABC-Nielsen será muito importante como balizadora desse segmento. Gracioso — A internet pulverizou o acesso à informação, e as redes sociais abriram caminho para o “autoconteú- do”, no qual o espectador também cria e dissemina informação. Como as TVs estão reagindo a esse novo cenário? Boni — É preciso participar dele. As emissoras devem criar depar- tamentos de convivência com as redes sociais 24 horas por dia. Gracioso — Você já mencionou em palestras que a “TV do futuro” não se parece com nada que as TVs estão fa- zendo hoje no Brasil. Como seria a TV do futuro para o Boni? Boni — O Brasil tem na novela um di- ferencial. Caso não perca a fórmula e saiba como disponibilizar, vai man- ter a hegemonia por muito tempo. Quando falo em Brasil, obviamente falo da Globo. Outro fator que, de forma geral, vai manter a televisão viva é estar ao vivo sempre e onde for possível. Não se pode guardar notícia para dar no horário do jornal. A televisão não deve “chegar na no- tícia”, ela tem de “estar na notícia”. E há condições tecnológicas para isso. É mais uma questão de estratégia do que de investimento. Por outro lado, a televisão tem de ter mais eventos, shows e esportes. Precisa estar pre- sente em tudo e ser mais rápida do que o rádio e a internet. E pode. Gracioso — A sua experiência na TV Vanguarda o aproximou da audi- ência local. Isso mudou sua perspec- tiva de como as TVs deverão evoluir no futuro? Como será esse mix de conteúdo local versus global, com ampla interatividade do espectador? Boni — Não é uma convivência fácil, mas é possível. Vamos nos ajeitando. Temos o apoio total da Globo. Temos confiança mútua. Nosso caminho é um só: um futuro melhor para a tele- visão brasileira, regional e nacional. Não se pode guardar notícia para dar no horário do jornal. ATVnão deve “chegar na notícia”, ela temde “estar na notícia”. Ehá condições tecnológicas para isso. Émais uma questão de estratégia Durante a inauguração doProjac, em1995, o empresárioRobertoMarinho parabenizaBoni pela realização desse projeto, que deuorigemaomaior complexo de televisão daAmérica Latina. LocalizadanoRio de Janeiro, a Central Globo deProdução tem1,65milhão demetros quadrados de área total arquivo pessoal

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