RESPM-20 anos
mídia impressa Revista da ESPM | julho/agostode 2014 200 pouco tempo, a bolha da internet estouraria, levando investidores a grandes perdas. Asmaiores empresas de mídia brasileiras, que tinham feito investimentos de monta em ativos de tecnologia digital, quase faliram, prejudicadas tambémpela forte desvalorização do real quando contraíram empréstimos em dólar. Essa oscilação bipolar seria substituída pela certeza de que as tecnologias digitais vieram para ficar e que a disputa seria regida por novos paradigmas: compe- tição global e concentração das receitas por grandes players de plataformas de navegação, serviços, devi- ces e distribuição (no caso do Ocidente, predominan- temente norte-americanos, a saber: Microsoft, Google, Apple, Twitter e Facebook, todos relacionados entre as marcas mais valiosas do mundo; além de empresas de telefonia). Como vaticinou a analista de tecnologia Mary Meeker: “Na internet o primeiro é o primeiro, o segundo tem vida complicada e o terceiro ... quem é o terceiro?”. No Brasil, o Google concentra mais de 90% das buscas (e da publicidade derivada). Já o Facebook tem quase a totalidade do tempo on-line na categoria redes sociais (97,8% em 2013, segundo o estudo comS- core Media Metrics , de fevereiro de 2014). Jornais no Brasil: a transição Nas últimas duas décadas a indústria de jornais viveu movimentos contraditórios no Brasil: por um lado, o número de jornais diários cresceu de 285 em1994 para 722 em 2013 (se incluirmos outras periodicidades, o total foi de 985 para 4.786 jornais no mesmo período). A circulação diária total aumentou de 5,9 milhões de exemplares em 1994 para 8,4 milhões em 2013, de acordo com a estimativa da Associação Nacional de Jornais (ANJ), com base nos dados do Instituto Verifi- cador de Circulação (IVC). Na contramão do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa, onde a queda na cir- culação dos jornais é geral, esse crescimento decorre, sem dúvida, das melhorias nos índices econômicos do Brasil, com a ampliação da classe média consumi- dora de bens, serviços e informações — em especial, Enquanto o número de publicações diárias cresceu de 285 em1994 para 722 em2013, os grandes jornais de circulação nacional registraramqueda NoBrasil, oGoogle concentramais de 90% das buscas (e da publicidade derivada). Já o Facebook temquase a totalidade do tempo on-line na categoria redes sociais (97,8% em2013) shutterstock
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