RESPM-20 anos

julho/agostode2014| RevistadaESPM 201 as de âmbito mais local. Diversas empresas jornalís- ticas aproveitaram essas melhorias para lançar títu- los populares, que são os principais responsáveis pelo aumento da circulação. Por outro lado, não é novidade a queda de circulação dos jornais impressos considerados “nacionais” — os mais influentes, os financiadores do jornalismo inves- tigativo e independente que permitem a produção dos conteúdosmais relevantes e quemudama história (para lembrar exemplos recentes: a queda dopresidenteCollor e o Mensalão). Nas últimas duas décadas, a circulação paga dos principais jornais do país caiu cerca de 20%. No que se refere à publicidade, o movimento é simi- lar: o bolo geral de investimentos dobrou entre 1996 e 2013, passando de R$ 16 bilhões para R$ 32 bilhões no ano passado (números corrigidos pelo INPC), segundo o Projeto Intermeios. No entanto, o crescimento efetivo concentrou-se no meio TV. A TV aberta ficou com uma fatiamaior dos investimentos publicitários, ampliando sua participação de 58,9% em 1996 para 66,54% no ano passado. A essemontante podemos somar ainda a fatia da TV por assinatura, que em 2013 chegou a 4,94%. Ao contrário do que já ocorre nas economias maduras, nas quais o bolo publicitário das mídias tradicionais, incluindo a televisão, está em queda, tal movimento foi retardado no Brasil pela especificidade do modelo de interação existente entre agências e veículos, o que atraiu para o país grandes empresas internacionais de publicidade — emdecadência nas suas bases. Aomesmo tempo, crescenomundo enoBrasil o share dapublicidadedigital, queéconcentradabasicamentepor Google, Facebookeoutrospoucosplayersglobais, quenão produzemconteúdos,masmonetizamaproduçãodamídia impressa,responsávelpormetadedasnotícias“relevantes” (depois replicadas por outros veículos, segundo estudos latinstock Imprensa americana sofre coma quedano faturamento. Reflexo disso foi a venda do WashingtonPost , em2013, para Jeff Bezos, fundador daAmazon.com, por US$ 250milhões Diversas empresas aproveitarampara lançar títulos populares, que são os principais responsáveis pelo aumento da circulação. OgrupoODia, por exemplo, criouo jornal MeiaHora , noRio de Janeiro, emsetembro de 2005 Nobolodo faturamentopublicitário brasileiro, aparticipaçãodos jornais foi reduzidade 25%do total emmeados dos anos 1990para 10%em2014 reprodução

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