RESPM-20 anos

mídia impressa Revista da ESPM | julho/agostode 2014 202 sobre omercado norte-americano, conduzidos pelo Pew Research Center). No bolo do faturamento publicitário brasileiro, a participação dos jornais foi reduzida de 25% do total emmeados dos anos 1990 para 10% em2014, de acordo comdados do Projeto Intermeios. A disrupção do modelo econômico tradicional pode ser exemplificada de forma objetiva e compoucos núme- ros no caso das empresas de jornais, comparando-se a estrutura de receitas e despesas do mundo “tradicio- nal” (impresso) com o modelo puramente digital: as receitas, historicamente advindas (mais oumenos em partes iguais) da publicidade e da circulação paga, são, no cenário de distribuição do conteúdo exclusivamente pormeio da internet, reduzidas a 20% e 30%, respectiva- mente (como demonstra o artigo “Democracia e jorna- lismo na era digital”, publicado na edição 238 do Jornal ANJ ). No caso da publicidade, entre 10% e 20% parece ser o patamar no qual estacionam as receitas digitais dos jornais (relativamente à média no meio impresso). Quanto ao desempenho da circulação paga, há indica- ções de que um jornal de sucesso consegue cobrar pela edição virtual cerca de 30%do valor da versão impressa. Isso significa que, mantido o mesmo número de assi- nantes que pagampelo conteúdo, as receitas totais em edições digitais de uma empresa jornalística devem representar 25% do montante anterior (no modelo impresso). Logo, para que as contas se equilibrem, as despesas precisarão ser reduzidas a menos de 25% das atuais. A competência dos jornais em demonstrar sua No que se refere àpublicidade, obolo geral de investimentos dobrou entre 1996 e 2013, passandodeR$ 16bilhões paraR$ 32bilhões em20 anos Não é novidade a queda de circulação dos jornais impressos considerados ”nacionais”, que são os financiadores do jornalismo investigativo e independente, permitindo a produção de conteúdos relevantes e que ajudamamudar ahistória doBrasil, como o impeachment do presidente Fernando Collor deMello latinstock