RESPM-20 anos

Mídia espontânea Revista da ESPM | julho/agostode 2014 206 Oviadutocaiu! Durante aCopadoMundo, oBrasil foi destaque na imprensa internacional, nãoapenas por protagonizar omaior vexame dahistóriade seu futebol,mas por expor aomundo todas as suasmazelas, doproblemada violêncianos grandes centros aos projetosmegalômanos que agora estãoabandonados, estagnados ou já extrapolaramde longe seuorçamento inicial Por GeraldoAlonso Filho O ano em que o Brasil sedia a Copa do Mundo pela segunda vez. Ano do centésimo jogo do time pentacampeão, do centenário da sele- ção canarinho e do maior vexame da histó- ria do futebol brasileiro. Nunca se escreveu tanto sobre futebol e tambéma res- peito do Brasil. São cadernos especiais e reportagens tele- visivas diárias. Cobertura de internet, diálogo sobre tudo no Facebook, Twitter e redes sociais. Dezenas de livros. Milhares de jornalistas estrangeiros enviados especialmente para a cobertura. O resultado, a médio prazo, ainda será tecnicamente medido. No curto prazo, sintetizamos algumas coberturas/artigos que achamos interessantes para compor esse caleidoscópio de opiniões e visões. Começamoscomoquefoiescritopelojornalistaeescritor francês Denis Tillinac. Ele escreve emvários jornais regu- larmente, entre os quais o Le Figaro , ondepublicou, em4de julho, o artigo Fabuleux et monstrueux, le Mondial nous lave les neurones et nous brûle les sangs (Fabuloso emonstruoso, oMundial nos lava os neurônios e nos queima o sangue). Numa rápida síntese, diz ele, citando o escritor belga Pol Vandromme: “O futebol e o rock são as duas últimas religiões universais. OMundial teatralizaumsincretismoreligiosonasarenas ovais, lotadasde gente ede luz, comouma síntesehigh tech do Partenon, do Coliseu e de nossas catedrais. O imaginá- rio coletivo se colore de cosmopolitanismo para consagrar apassagemdocidadãoatorcedor,domonoteístaapanteísta.