RESPM-20 anos

julho/agostode2014| RevistadaESPM 217 Sr. VT Por NelsonGomes A tenção, silêncio... “No ar a TV Globo, canal 4 do Rio de Janeiro, 26 de abril de 1965, 11 horas da manhã”, anunciou o locutor Rubens Amaral. A programação come- çava com uma atração infantil: Uni-Duni-Tê , com a professora Fernanda Barbosa Teixeira, a tia Fer- nanda. A pioneira Tupi, inaugurada no início dos anos 1950, exibia sua grade ao vivo, excluindo-se os longas-metragens, seriados importados e nacio- nais e alguma dramaturgia. Os intervalos comer- ciais apresentavam filmes, tabletops e as famosas garotas-propaganda. Em 1961, chega ao Brasil o videoteipe, mais conhe- cido como VT. A possibilidade de gravar, minimizava os constantes erros da programação ao vivo. Fazem parte da história da TV brasileira as hilariantes gafes, como a que ocorreu num teleteatro da Tupi, na ence- nação da Paixão de Cristo, quando uma minúscula mosca invadiu o estúdio e pousou no nariz do ator protagonista que, naquele momento, se encontrava crucificado. O incômodo era tanto que o ator teve de se soltar dos cenográficos cravos para afastar o intrometido inseto — e toda aquela cena sendo vista por milhares de telespectadores. Os comerciais ao vivo também apresentaram algu- mas situações embaraçosas. EmSão Paulo, uma faceira apresentadora “vendia” as qualidades de um refrigera- dor, quando, ao tentar abrir a porta do produto, cons- tatou que a mesma estava emperrada. Depois de uma luta inglória de uns 20 segundos, o diretor baixou um providencial slide. Chico Anysio foi o primeiro a utilizar a moderna fer- ramenta na linha de show da Globo. Amagia do VT per- mitia que o humorista interpretasse dois de seus per- sonagens numa mesma cena. Na época, não tínhamos computadores comos softwares que hoje permitemos efeitos visuais. Para os “breaks” comerciais, o VT ainda se mostrou um importante aliado. Por dois motivos: rapidez na realização do material, dispensando reve- lações, laboratórios e edição tão logo terminadas as gravações. E o mais importante: os custos eram 20%, 30% inferiores do que a produção em película. Mas omercado publicitário não recebeu bem a novi- dade. Por quê? As primeiras produções foram feitas shutterstock Em20anos, amídia eletrônica registrouavanços tecnológicos significativos na captaçãode imagens ena exibiçãodas produções televisivas, contribuindo paraque tivéssemos emcasa cenasmais nítidas e realistas

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