Revista da ESPM

entrevista | Nadia Shouraboura Revista da ESPM | janeiro/fevereirode 2015 16 que vestuário, sem dúvida, é um dos mais complicados? Nad i a — Um exemplo: estamos trabalhando com uma das maiores redes de supermercados do Reino Unido. E o que normalmente se vê em supermercados é uma seção bo- nita de frutas e verduras onde você pode tocar e escolher livremente os produtos, enquanto há imensas ilhas de caixas e latas que tornam a sua experiência de compra tediosa. O que nós estamos fazendo é nos livrar dessas ilhas chatas, com uma apresentação muito mais di- vertida. Há apenas um produto de cada em displays, nos quais você apenas toca com o seu cartão de compras e os itens escolhidos vão direto para o seu carrinho no local de pagamento. Arnaldo — Há exemplos de segmentos menos tradicionais? Nadia — Um dos meus cases favoritos é uma rede de brinquedos. As lojas de brinquedos normalmente têm uma pilha de caixas que as crianças podem apenas olhar. Nesse cliente, o espaço foi transformado em um play- ground em que as crianças brincam à vontade. Os pais, por sua vez, con- seguem descobrir qual é o produto que mais encantou o filho. Daí, basta adicionar o produto com um toque no cartão de compras. Os pais estão se sentindo muito mais felizes, porque não precisam gastar dinheiro para descobrir, em casa, que a criança de fato não vai usar aquele brinquedo. Arnaldo — Mais algum case fora do comum? Nadia — No mundo dos eletrônicos, você entra hoje em uma loja e vê todos aqueles aparelhos presos à mesa. Você não pode tocá-los. Nes- se caso, nosso cliente criou espa- ços para que as pessoas pudessem experimentar à vontade todos os produtos e seus acessórios, crian- do uma nova experiência, com o processo de compra totalmente automatizado. Arnaldo — A tecnologia de QR Code, que a Hointer utiliza para solicitar a seleção de produtos que irão ao pro- vador, não se popularizou por aqui. Como contornar essas diferenças tecnológicas em um modelo de varejo global? Nad ia — Nós usamos QR Codes para telefones mais antigos. As pessoas não estão mais escanean- do as peças. Elas apenas precisam aproximar o celu lar da peça . E muitos varejistas usam códigos de barras para telefones mais anti- gos. Então há soluções diferentes para cada caso. Se você não trouxe seu celular, a loja pode te ofere- cer um aparel ho para que você marque as suas peças. E se você simplesmente não quiser marcar, um vendedor pode estar ao seu lado acompanhando a sua compra. O modelo se adapta perfeitamente a diferentes perfis de consumidor ou de mercado. Arnaldo — Como a senhora vê a expansão do seu negócio para merca- dos emergentes, como Brasil, Rússia ou Índia, em que o estágio de tecno- logia, de todo modo, é inferior ao dos Estados Unidos e da Europa? A consultoria deNadia estáutilizando o conceito implantadona loja da Hointer para transformar a experiência de compra emuma dasmaiores redes de supermercados doReinoUnido, ao substituir latas e caixas por uma apresentaçãomais divertida e comum jeito diferente de escolher amercadoria

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx