Revista da ESPM

janeiro/fevereirode2015| RevistadaESPM 17 Produtos divulgados pelas redes sociais sãomais provados por outras pessoas na loja. Quando você vê uma pessoa comuma roupa bacana, isso aumenta o desejo de saber como você ficaria usando tal peça Nadia — As pessoas estão se acos- tumando a usar o celular de ma- neira muito intensiva no mundo todo, o que é ótimo para o nosso negócio. E em alguns países, como o Brasil, há um mercado de moda em grande desenvolvimento, o que abre enormes possibilidades. Nós começamos a falar com diversos varejistas brasileiros, todos eles do mercado de moda. E, no decor- rer deste ano, eu estarei aí para falar sobre isso. Arnaldo — A senhora faz planos de criar novas lojas físicas no futuro, como novos laboratórios em outros países? Nadia — Como laboratórios, não. Para isso contaremos com nossos próprios clientes. Por enquanto, temos planos apenas de expansão nos Estados Unidos. Arnaldo — De que forma as tecno- logias desenvolvidas pela Hointer impulsionam as plataformas inte- gradas de comércio eletrônico? Nadia — Em termos de comércio eletrônico, isso nos colocou em uma grande posição de vantagem. Porque você pode comprar na loja, mas isso é facilmente adaptado à venda on-line. Se a pessoa gosta de um produto, mas o tamanho não está disponível, ela pode reservar a compra para receber depois pelo site integrado. Você pode comprar em casa e pedir para a nossa loja mais próxima entregar para você. Arnaldo — E que papel desempe- nham as redes sociais nesse modelo de varejo? Nad ia — Eu não pensava muito nisso no início, mas a minha fi- lha, de 17 anos, abriu meus olhos: “Mãe, por que você não usa o Ins- tagram? ”. Nós implementamos essa ideia e o impacto foi enorme. Bastava colocar uma peça no Ins- tagram e ver a repercussão e os tuítes que a imagem provocava. Mesmo no provador, há o efeito das pessoas que gostam de uma roupa e dividem a imagem com amigos. E o que nós podemos me- dir com precisão é o impacto da repercussão de um determinado produto na intenção que as pes- soas têm em prová-lo. Produtos divulgados pelas redes sociais são muito mais provados por outras pessoas na loja. Pois quando você vê uma pessoa com uma roupa que achou bacana, isso imediatamente aumenta o desejo de saber como você ficaria usando aquele artigo. Arnaldo — Qual é a sua visão pessoal sobre o conceito de omni-channel? O que o e- commerce ainda precisa apren- der sobre o varejo físico e vice-versa? Nadia — Omni-channel tem um significado muito amplo e vem sendo utilizado de variadas ma- neiras. Para mim, omni-channel é uma forma mu ito for te de se fa zerem negóc ios . Poi s , como va rejist a , isso permite que eu converta uma quantidade muito ma ior de venda s da s pessoa s que compram na loja, compram on-line ou compram no site para retirar na loja. É uma forma mais barata de ampliar negócios, além de oferecer novas experiências para o consumidor. Arnaldo — As redes tradicionais estão preparadas? Nadia — Para os varejistas mais tradicionais, nós temos tido su- cesso ao lhes mostrar que não se deve mudar tudo de uma só vez. Nós aconsel hamos que mudem uma loja e vejam os resu ltados antes de tomar uma decisão tão ampla. Arnaldo — Como a senhora enxerga as novas tendências de tecnologia aplicadas ao ponto de venda? Nadia — O que acontecerá? Bom, eu d igo aos meus cl ientes que teremos lojas onde se compra do jeito antigo e outras do jeito novo. Há clientes que irão preferir o jeito novo e irão comprar mais. Outros não terão essa preferência. Por isso, eu acho que passaremos por um período de transição nos pró- ximos anos. Será um processo gra- dual em que as novas tecnologias irão tomar, pouco a pouco, o ponto de venda.

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