Revista da ESPM
entrevista | LESLIE HAND Revista da ESPM | janeiro/fevereirode 2015 40 Arnaldo — E qual será o peso das lojas nas redes sociais dentro do con- texto do varejo eletrônico? Leslie — Eu acredito que elas irão crescer, mas serão apenas mais uma forma de se comprar. No fundo, estamos falando da integração de diversas plataformas. As pessoas comprarão por um aplicativo do celular, por uma rede social e por outras plataformas de entrega por demanda. Mas isso não irá diminuir o peso que os sites tradicionais de varejo têm hoje no mercado. Arnaldo — O que o futuro reserva para os pequenos e médios varejistas? Eles perderão ainda mais competiti- vidade ou conseguirão adaptar-se às exigências do omni-channel? Leslie — Eu gosto de imaginar que o pequeno varejo pode, sim, ter su- cesso em seu modelo de negócios. Ele pode não ter os volumes das grandes redes, mas conhece mais de perto os seus clientes. Com isso, pode ter outra abordagem com o seu público por meio do comér- cio eletrônico e das redes sociais. Enquanto ele permanecer muito próximo do consumidor e mantiver seus custos baixos, será competiti- vo. O grande diferencial desse seg- mento é a relevância. No momento em que as pessoas buscam uma relação mais individualizada, será cada vez maior a quantidade de consumidores que preferirão fazer suas compras no pequeno lojista, ev itando a impessoa lidade das grandes redes. Arnaldo — Muitos comércios locais estão abrindo serviços de e-commerce, enquanto outras lojas on-line começam a investir em espaços físicos, seja num for- mato de showrooming ou lojas de fato. O conceito de omni-channel é uma tendên- cia inevitável tambémpara os pequenos? Leslie — Há um grande número de varejistas investindo em canais on-line. Isso primeiro aconteceu como uma estratégia defensiva, mas hoje essa tendência estámais associa- da a oportunidades de negócios, uma vez que as vendas on-line, em muitas situações, crescem mais rápido do que as nas lojas físicas, ainda que em menor volume. Por outro lado, a própria Amazon já anunciou que pre- tende abrir estabelecimentos conven- cionais. O fato é que a loja física cobre lacunas de distribuição de maneira muito efetiva para o consumidor. Dependendo do tipo de produto, ela continua exercendo um poder muito grande de atração para os clientes. Essa soma de fatores faz com que o omni-channel atraia competidores de origens totalmente diferentes. Para um grande varejista on-line, a rede fí- sica pode ser uma ferramenta a mais para a entrega dos serviços de que já dispõe, como a compra pela internet e entrega na loja, ou vice-versa. Arnaldo — Será inevitável que os pe- quenos varejistas se integrem a grandes plataformas como eBay e Amazon? Leslie — Hoje hámilhões de varejistas no mundo, então será inevitável um processo de consolidação na maioria dos segmentos. Em alguns mercados a competição é tão feroz que não será possível sustentar tantas empresas. Em2014, aApple lançouumsistema de pagamentomobile comalcance limitado. Desenvolver uma solução paramilhões de pessoas é o grande desafio shutterstock
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