RESPM-JUL_AGO-2015-alta

julho/agostode 2015| RevistadaESPM 103 tentáveis. Para viabilizar o proje- to, firmamos uma parceria com a Unisul, que abriu uma unidade no centro da área, enquanto pas- samos a urbanizar o seu entorno, com a venda de lotes residenciais. E assim surgiu a cidade universitá- ria de Pedra Branca. Em 2006, de- mos início à segunda fase do pro- jeto, com o objetivo de construir um bairro-cidade onde as pessoas pudessem morar, trabalhar, estu- dar e se divertir — tudo ao alcance de uma caminhada. Contratamos o arquiteto Jaime Lerner e o es- critório de arquitetura DPZ para repensar Pedra Branca, tropicali- zar o conceito americano de novo urban ismo e implantá-lo aqu i . Passamos dois anos planejando o novo bairro sustentável. Revista da ESPM — As primeiras unidades da fase 2 foram comerciali- zadas em 2010. O que esses imóveis apresentavam como diferencial, em termos de novo urbanismo? Gomes — As construções são sus- tentáveis. Os condomínios apre- sentam uma economia significati- va no consumo de água e luz. Além disso, os carros ficam em garagens no subsolo para dar prioridade aos pedestres. Pedra Branca foi o pri- meiro projeto da América Latina a fazer parte do Programa Clima Posit ivo da Fundação Cl i nton . Ainda assim, quando os primeiros prédios foram implantados, sen- timos falta de um espaço para as pessoas se encontrarem. Na épo- ca, o arquiteto e urbanista dina- marquês Jan Gehl estava lançando o livro City for people . Ajudamos a traduzir o livro para o português, e ele nos deu uma consultoria de como construir cidades que privi- legiam pessoas e não automóveis. Na terceira fase, a cidade foi rede- senhada e ganhou um shopping a céu aberto, a primeira rua com- partilhada do Brasil — 500 metros que ligam a universidade ao centro e mistura pedestre, ciclista, ska- tista e automóveis em um mesmo pavimento. Revista da ESPM — Tentando de- finir o que é exatamente a cidade de Pedra Branca, gostaríamos de compará-la a algo que já existe. O que distingue seu projeto de outras cidades planejadas que já existem no Brasil? Gomes — Pedra Branca não temmu- ros, e seus parques, praças e lagos são abertos ao público. Nossas cal- çadas são lisas e largas, projetadas para receber qualquer tipo de salto de sapato feminino. O grande dife- rencial está no pavimento térreo dos prédios, cuja disposição dos quartos, sala e cozinha dos aparta- e s p e c i a l O f u t u r o da s c i da d e s b r a s i l e i r a s fotos : divulgação

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