RESPM-JUL_AGO-2015-alta
Revista da ESPM | julho/agostode 2015 106 Soluções inteligentes de urbanismo e pequenas práticas que visam melhorar a mobilidade e a segurança nos grandes centros urbanos. Esta é a aposta de Romeo Deon Busarello, diretor de marketing da Tecnisa, para ajudar a construir um futuro mais promissor para as cidades brasileiras Revista da ESPM — Que tendências já podem ser observadas, não só nos condomínios verticais tradicionais, mas também em obras mais arroja- das, em relação ao futuro das cidades brasileiras? Busarello — De maneira geral, as residências brasileiras ainda apre- sentam um baixo nível de susten- tabilidade. Ter uma miniusina ins- talada no condomínio para atingir a eficiência energética nas áreas comuns, por exemplo, ainda é um sonho, mas já deixou de ser uma utopia. Começamos a ter boas práti- cas no mercado, como o Jardim das Perdizes, o empreendimento mais sustentável do Brasil, que está sen- do lançando pela Tecnisa na cidade de São Paulo. É um bairro planejado em um terreno de 250 mil metros quadrados na Barra Funda. Nessa área, estamos construindo 28 torres — sendo 25 edifícios residenciais, um hotel, um prédio corporativo, um condomínio de salas comerciais —, além de um parque público de 44 mil metros quadrados. Esta iniciati- va possibilitou o reaproveitamento de 100% dos resíduos de demolição provenientes da estrutura original- mente existente no local no sistema viário do bairro. Outra iniciativa foi a compensação de terra dentro do próprio terreno, que evitou o trânsi- to de, aproximadamente, 16 mil ca- minhões por São Paulo e nos trouxe uma economia de aproximadamen- te R$ 5 milhões na construção. Revista da ESPM — E quanto custa morar no Jardim das Perdizes? Busarello — O Jardim das Perdizes é um empreendimento voltado para a classe A, com apartamentos que têm entre 90 metros quadrados e 270 me- tros quadrados, e custam de R$ 667 mil a R$ 2,5 milhões. Lá irão morar 12 mil pessoas. Apenas para efeito de comparação, o Brasil tem mais de duas mil cidades com população inferior a 12 mil habitantes. Logo, o parque foi uma contrapartida para a cidade e para melhorar a qualidade de vida dos paulistanos. A Tecnisa está investindo cada vez mais em projetos como o do Jardim das Perdi- zes, seja por conta de questões de lei, seja pela filosofia do negócio. Revista da ESPM — Vivemos em um país subdesenvolvido, onde a riqueza e a pobreza convivem com a falta de infraestrutura, mobilidade, segurança e educação. Diante dessa realidade, é possível adaptar as melhores ideias e práticas urbanísticas ao cenário brasileiro? Busarello — O caminho para o de- senvolvimento do futuro das cidades passa pelo tripé mobilidade urbana, segurança e moradia. O problema é que metrópoles como São Paulo, que cresceu desordenadamente, e hoje têm mais de 12 milhões de habitan- tes, são praticamente ingerenciáveis. Para piorar, temos governantes ruins e míopes, que insistem em utilizar mapas antigos para percorrer novos caminhos. Um exemplo disso é a po- lêmica gerada pelo Uber, o aplicativo que conecta passageiros a motoris- tas particulares. Em junho, o app foi vetado pelos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo — não por conta da mobilidade urbana, mas para a classe política não se indispor com os taxistas. O que aconteceu? O Uber lançou o UberX, uma categoria mais barata de transporte, que ofe- rece corridas com tarifas 30% mais baratas do que as do táxi. É preciso entender que em cidades do porte Mobilidadeurbana,segurançae moradia:otripédacidadedofuturo Romeo Deon Busarello | tecn i sa
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