RESPM-JUL_AGO-2015-alta

julho/agostode 2015| RevistadaESPM 111 Porumametrópole maisheterogênea Por Arnaldo Comin Foto: Divulgação S e ainda há tanto por fazer, São Paulomostra aomenos a intenção de seguir pelo cami- nho certo. Onovo Plano Diretor aponta que amaior cidade brasileira, mesmo distante do ideal, poderá sermais inclusiva e funcional nas próximas décadas. A visão positiva é de Claudio Bernardes, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Lo- cação eAdministraçãode ImóveisResidenciais eComerciais de SãoPaulo (Secovi-SP). O fio condutor dessa mudança é permitir o adensamento das regiões centrais com maior infraestrutura e oferta de transporte público, revertendo o predomínio absoluto do automóvel, que existe hoje. Em vez da segregação de áreas comerciais e residenciais, bairros para ricos e outros para pobres, o novo plano pretende promover, até 2030, a revitalização urbana emespa- çosmultifuncionais, commaior convivência entre as classes sociais. Para Bernardes, São Paulo precisa ser mais heterogênea. Isso traria mais segurança às ruas e geração de riqueza. Mas ele aponta problemas difíceis pela frente. A primeira questão é desenvolver uma política de inclusão de moradias populares que não segregue os agentes do mercado e que, a um só tempo, seja factível com a baixa capacidade de investimento público. O segundo ponto será obter os recursos e conduzir as obras fundamentais de infraestrutura urbana, sobretudo nos transportes. Uma política que contemple o centro e permita, concomi- tantemente, a criação de novos polos de desenvolvimento na carente periferia da capital. Por fim, é preciso propiciar mecanismos de estímulo para a revitalização de edifícios e regiões que abrigarão o processo de adensamento. “Se isso não for feito, teremos um plano capenga, com alguns prédios modernos, de custo muito alto, entre edificações inadequadas para essa nova realidade”, explica Bernardes. A saída, na visão do presidente do Secovi-SP, não requer nenhum milagre, mas a disposição para o diálogo. Cabe ao poder municipal orientar a reocupação do espaço urbano em sintonia com a demanda dos investidores privados. Com os estímulos corretos, apoiados em parcerias público-privadas, a cidade pode se modernizar, mesmo compouco caixa e ainda assegurar uma enorme capacidade de arrecadação no futuro.

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