RESPM-JUL_AGO-2015-alta

julho/agostode 2015| RevistadaESPM 113 Mas elas exigem, tanto do poder público como da empresa privada, capacidade de investimento, algo bastante escasso no momento. Outra alternativa seria a prefeitura lançar títulos públicos, para aplicar na in- fraestrutura do projeto, por exemplo, de adensamento populacional. Esta área é carente de infraestrutura. Vai se conseguir maior arrecadação com o adensamento. A prefeitura, então, poderia lançar títulos públicos para conseguir recursos e investir. Depois, eles seriam resgatáveis com o volume de impostos arrecadados futuramen- te sobre o projeto do adensamento já realizado. A prefeitura conseguiria, assim, salvar os seus próprios títulos. Revista da ESPM — O senhor fala em parceria público-privada. Na prá- tica, há muita crítica em relação à má qualidade dos projetos apresentados pelos governos. Como amarrar as duas pontas — poder público e iniciativa pri- vada — se as propostas do governo são ineficientes? De que forma as empresas e urbanistas poderiam ter papel mais ativo nesse processo? Bernardes — Parceria público-pri- vada é um ponto crucial. As duas partes têm de trabalhar juntas desde a estruturação do programa. Só com mera licitação, feita pelo poder públi- co isoladamente, sem consulta, sem debate, ninguém aparece. Quanto à parceria, o governo tem dificuldade de arrecadar e investir. Agora, se o governo dificulta aqueles que podem investir, estes fogem. Fazer o edital da parceria público-privada, semdis- cussão prévia com os interessados, não funciona. Revista da ESPM — Qual a sua opi- nião sobre o novo Plano Diretor de São Paulo, cuja duração vai até 2030? Bernardes — Por Plano Diretor en- tende-se um caminho para desen- volver adequadamente um progra- ma, um projeto, num determinado tempo; no caso, até 2030. O plano escolheu uma prioridade correta, que é a mobilidade urbana. Há duas formas de resolver essa questão da mobilidade. Uma consiste em in- vestir maciçamente em transporte público, coisa difícil de se realizar, atualmente. Para as necessidades de São Paulo, nós precisaríamos de 470 quilômetros de metrô, mas só temos AmaiormetrópoledaAméricaLatinanãoestáocupadadamaneiramaisadequadaou ideal. Aprodução imobiliária deSãoPaulo temcercade30mil unidadese, dealguma forma, atendeomercado. ”Émelhormorar emcircunstâncias nãoadequadasdoquesimplesmentenãomorar emlugar algum” latinstock

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