RESPM-JUL_AGO-2015-alta
Urbanismo Revista da ESPM | julho/agostode 2015 120 Nos últimos anos, somente a Avita Construções e Incorporações, que construiu o prédio da Flávia, reali- zou outros dois lançamentos na região do Parque Dom Pedro. Especializada emdesenvolver empreendimentos econômicos, muitos deles para o programaMinhaCasa, MinhaVida, a empresa apostana fórmuladobom, bonito e barato para atender à enorme demanda da população pela compra da casa própria. O problema é que junto com a revitalização do cen- tro veio tambéma especulação domercado, que elevou consideravelmente o preço dos imóveis, a ponto de um apartamento de 40m 2 , noBaixoAugusta, custarmais de R$ 400mil. “Onovo Plano Diretor destinamuitas áreas para habitações de interesse social, mas hoje é inviável construir emSão Paulo, por conta do valor dos terrenos”, lamenta Ignácio Zurita, proprietário da Avita Constru- ções e Incorporações. Como alternativa, ele passou a lançar empreendimentos para a classe C, emcidades do interior. “Estamos desenvolvendo projetos na periferia de cidades menores, como Valinhos, Sumaré, Paulínia e Hortolândia, para pessoas cuja renda familiar gira em torno de R$ 2 mil.” De acordo comMauro Peixoto, consultor adjunto da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embra- esp), oportunidade para estruturar produtos desse tipo para a classe média existe, o que falta é inteligência no planejamento de empreendimentos bons, bonitos e baratos. “Enquanto alguns reclamam do novo Plano Diretor, outros — como a Avita — procuram interpretar a lei e viabilizar habitaçõesmais baratas, localizadas nas franjas das cidades brasileiras”, avalia o administrador de empresas, especializado emplanejamento urbano e marketing imobiliário. “Qualquer vetor da capital pau- lista abre oportunidades imobiliárias para quemofereça umprodutobemfeito, comqualidade urbanística e, prin- cipalmente, acesso fácil e oferta de transporte público. O futuro da cidade vai para onde foremos seus trilhos!” Cidades compactas Dados da Embraesp apontamque, hoje, mais de 75%dos brasileiros sãoexcluídosdomercado imobiliário, emfun- çãoda supervalorizaçãodos imóveisnos grandes centros urbanos do país. Esse índice elevado resulta da falta de planejamento e investimento por parte do poder público aliada a uma perigosamiopiamercadológica, que leva o setor a usar velhas fórmulas para atender à demanda de uma nova sociedade. Segundo Peixoto, a solução passa, necessariamente, por umaquebradeparadigmaque visa aproximar trabalho, comércio e residência, dentro do conceito de cidade compacta sustentável, defendido por IgnácioZurita, proprietáriodaAvita: ”Hojeé inviável construir emSãoPaulo, por contadovalor dos terrenos” MauroPeixoto, consultor adjuntodaEmbraesp: ”Ofuturo dacidadevai paraonde foremosseus trilhos!” divulgação divulgação
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