RESPM-JUL_AGO-2015-alta

Revista da ESPM | julho/agostode 2015 130 História Umdos grandes destaquesnacionais éCuritiba. Acapi- tal paranaense não contou comumplanejamento inicial, anterior à sua fundação — que data de 1693. Mas passou porumintensoprocessode reestruturaçãourbanaapartir dos anos 1970. Os aprimoramentos contínuos emtodas as áreas, principalmente no sistema de transporte público de Curitiba, originarammudanças significativas que se tornaram referência de desenvolvimento no Brasil. Mas nenhum exemplo brasileiro suplanta Brasília, a cidade tida como omais completo experimento urbano no mundo a aplicar integralmente todos os princípios da Carta de Atenas —manifesto urbanístico resultante do IVCongresso Internacional de ArquiteturaModerna (Ciam), realizado em Atenas, em 1933. Odocumento final, redigido por Le Corbusier, definia o conceito de urbanismo moderno, traçando diretrizes e fórmulas que, segundo os seus autores, seriamaplicá- veis internacionalmente. ACarta considerava a cidade comoumorganismoa ser concebidodemodo funcional, noqual as necessidades do homemdeviamestarclaramenteidentificadaseresolvidas. Dessemodo, preconizava a separação das áreas residen- ciais, de lazer ede trabalho, propondo, emlugar docaráter edadensidadedas cidades tradicionais, uma cidade onde os edifícios se desenvolveriamemaltura, intercalados de áreas verdes e, por essemotivo, pouco densas. Oconceitoda cidade funcional influenciouodesenvol- vimentodealgumas localidadeseuropeiasapósaSegunda Guerra Mundial, como o Plano Macià de Barcelona, a reformulação arquitetônica e urbana de Berlin e os bair- ros periféricos commodelos progressistas construídos em Viena. Esses são exemplos concretos da aplicação dos conceitos lançados pela Carta de Atenas. Fora da Europa, o Barrio Sur de Buenos Aires e Argel, a capital da Argélia, são outros exemplos do chamado até então urbanismo moderno. Mas nenhuma das aplicações foi tão ampla e extensa quanto a realizada no Brasil, com a criação do Plano Piloto de Brasília por Lúcio Costa, discípulo de Le Cor- busier, que apresentou um conceito inovador de cidade horizontalizada, na contramão do que se praticava nos grandes centros urbanos brasileiros. Seu projeto propôs a criação de dois eixos que se cruzavam; ummonumen- tal para as obras públicas, outro residencial, baseado na ideia das superquadras. O Rio de Janeiro também figura entre as cidades brasileiras que mais receberam investimentos em planejamento urbano. Estimulada por sediar eventos de importância nacional e facilitada pelo seu espaço longilíneo, a capital fluminense sofreu intervenções relevantes propiciadas em 1904 pela abertura da ave- nida Central, hoje avenida Rio Branco, pela Exposição Internacional do Centenário da Independência do Bra- sil, em 1922, pelos Campeonatos Mundiais de 1950 e 2014 e pela Olímpiada de 2016. Ainda assim, o Plano Doxíades contratado pelo governador Carlos Lacerda nos anos 1960, para o escritório do urbanista Constan- tin Doxíades, nunca saiu do papel. PlanejadapeloengenheiroSebastião JoséBasílioPirro, em 1855, Aracaju foi projetadaemformade tabuleirodexadrez Projetadapor JoséAntônioSaraivae João IsidoroFrança, Teresina foi asegundacidadeplanejadadoBrasil, em1852 fotos : latinstock

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx