RESPM-JUL_AGO-2015-alta

julho/agostode 2015| RevistadaESPM 131 Vida que segue... Na segunda metade do século 20, foram proferidos inúmeros prognósticos pessimistas sobre o futuro das cidades europeias. Entre as previsões estavam: grandes baixas de produtividade; o abandono e a implosão das zonas urbanas centrais; a criminali- dade desenfreada; o aumento das taxas de poluição e de degradação ambiental para níveis dramáticos; e a perda de identidade. Essas previsões estimularamcomo resposta do Con- selhoEuropeudeUrbanistas, no limiar donovomilênio, a Nova Carta de Atenas. Elaborado em1998, pelo Conselho Europeu de Urba- nistas, odocumentoé completamentediferentedaCarta de Atenas de 1933. A sua mais recente versão, aprovada em Lisboa em 2003, analisa a evolução do pensamento urba- nístico no século 20, ressaltando os acontecimentos ocorridos entre a Carta de Atenas de 1933 e a Nova Carta de Atenas de 1998, como a emergência de valo- res ambientais, culturais e históricos que passam a ser incorporados na definição de novos ideais para a cidade do século 21. A Nova Carta de Atenas é tema exclusivo dos pro- fissionais e não teve nenhuma repercussão ou influ- ência no Brasil. Essa “apertada” síntese histórica nos dá elementos para refletir sobre o futuro das cidades brasileiras. Algumas conclusões podemser tiradas, de imediato: • Urbanismo, apesar de ser uma reponsabilidade do Estado, é uma atividade de profissionais que estudam e discutem as melhores soluções para as cidades como um todo ou parte delas. • O censo de 2010 mostra que 84% da população brasi- leira vivem em zonas urbanas. • Dos atuais 5.570municípios brasileiros, 300 têmpopu- lação igual ou superior a 100 mil habitantes, conforme estimativa do IBGE, feita em 2014. • A criação do Ministério das Cidades, em 1º de janeiro de 2003, pouco fez de concreto para o futuro das cida- des do Brasil. • Os planos diretores lançados pelos prefeitos são, de maneira geral, concebidos como instrumentos políticos e não como planos integrados de antevisão dos proble- mas. O Plano Direto Estratégico (PDE) para São Paulo, de 2002, da prefeita Marta Suplicy, em nada contribuiu com a cidade. • Amigração interna e externaque acontece emSãoPaulo não temrespostas na velocidade que os problemas exigem. • A complexa (e sempre emmutação) legislação munici- pal urbana cria entraves permanentes que propiciam a corrupção e dificuldades para a indústria de construção. Palmassurgiuháapenas26anose foi construída demodosemelhanteaBrasília IdealizadapelourbanistaAtíllioCorreiaLimae inaugurada em1933, Goiâniacarregao títulodeCapital VerdedoBrasil fotos : latinstock

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