RESPM-JUL_AGO-2015-alta

Revista da ESPM | julho/agostode 2015 132 História • O plano para a mobilidade urbana é exigido a partir de 2015, mas está desconectado com qualquer plano diretor maior. • As obras anunciadas para a Copa do Mundo de 2014, das quais mais de 50% não saíramdo papel, foram todas, semexceção, intervenções isoladas e direcionadas amobi- lidade aos estádios, independentemente de estudos de locomoção da população. • A crise econômica que atinge o país não prioriza os investimentos governamentais urbanos, o que faz pres- supor que as favelas, hoje chamadas de comunidades, serão a curto, médio e longo prazos um estigma com o qual o brasileiro terá de conviver. A solução para o futuro pode ser mais fácil do que parece. Afinal, Cingapura, uma cidade-estado de 5,4 milhões de habitantes, ao comemorar seus 50 anos de independência, passou de um miserável porto de pes- cadores a uma economia das mais vibrantes domundo. Basta que o governo — em seus três níveis, federal, estadual e municipal —, convoque as universidades e os profissionais ligados ao planejamento urbano para dis- cutirem e estudarempropostas para o futuro. Adiscussão popular é uminstrumento político-dema- gógico que não tem competência para propor soluções adequadas. A opinião pública pode ser obtida por meio de pesquisas bem feitas, embora nos grandes centros os problemas sejam óbvios e apresentados diariamente pela imprensa. O planejamento urbano de cidades como São Paulo deve ter um profissional urbanista responsável. Não um funcionário público. Alguém que tenha um nome a zelar. A exemplo da Lei de Responsabilidade Fiscal, os prefeitos eleitos são obrigados a seguir o planejamento realizado. A partir daí, o trabalho desse gestor será o de, por exemplo, proibir ciclovias ao bel-prazer, enquanto Brasília é considerada omais completo experimento urbano nomundo a aplicar integralmente todos os princípios da Carta de Atenas, manifesto que em1933 definiu o conceito de urbanismomoderno latinstock

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