RESPM-JUL_AGO-2015-alta
entrevista | Clodoaldo Pelissioni Revista da ESPM | julho/agostode 2015 138 Revista da ESPM — Por que a ex- pansão do metrô de São Paulo é lenta? Pelissioni — Numa linha de metrô, as obras demandam de cinco a seis anos. Ele trafega por baixo de pré- dios, galerias de águas pluviais, redes de esgoto, rede de água, cabos de telefonia e de energia. Então, todo o processo tem de ser bem estudado e exige um bom projeto executivo. Entre conceber e concluir uma linha de metrô, são dez anos. É assim em todo o mundo. São obras complexas. Revista da ESPM — Claro, mas quando a gente compara a expansão do metrô daqui com o de outras capi- tais também em desenvolvimento, na Ásia, por exemplo, nossas obras demo- rammais. Por que somos mais lentos? Pelissioni — Queria fazer obra na China! Lá não há Lei das Licitações, não existe oMinistério Público e nem Tribunal de Contas. Reassentamen- tos? Lá é dada uma ordem e as pes- soas cumprem, por tratar-se de uma ditadura. É mais fácil fazer obra na China. No Oriente Médio, é tudo di- tadura. Na Arábia Saudita, em Dubai, é mais fácil. Claro que é mais fácil. Aqui temos processos de licitação que demandam de seis meses a um ano. Temos o arcabouço institucional da democracia brasileira que, querendo ou não, é imperioso que se atenda. Se for preciso reassentar 100 famílias, não será nas condições indicadas pelo governo. Terá de ser do jeito que as famílias aceitam. Da forma que o Ministério Público aceita. Muitas ve- zes, as pessoas concordam em rece- ber indenização, porém, o Ministério Público não concorda. Temos de ofe- recer um apartamento. E será preciso construir os apartamentos. E a secre- taria terá de ajustar o convênio com a empresa de habitação do Estado. Revista da ESPM — Mas, na compa- ração com países democráticos, como estamos nos saindo? Pelissioni — Tomemos as linhas do metrô de Nova York, por exemplo. Tem bastante, mas os trens não são novos. O trem do metrô de Nova Hánecessidade de umamalhapúblicade transportes rápida,moderna e integradaparaque as pessoas passemautilizar o carro eventualmente, nos fins de semanapara viajar, por exemplo A terceiramaior metrópole domundo tem21milhões de habitantes distribuídos em39municípios da Grande São Paulo, que são atendidos por umamalhametroferroviáriade340quilômetrosna regiãometropolitana latinstock
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