RESPM-JUL_AGO-2015-alta

julho/agostode 2015| RevistadaESPM 39 Comose faz umagrandecidade Por Alexandre Teixeira Foto: Divulgação M etade dos habitantes do planeta — 3,6 bilhões de pessoas — vive hoje em cida- des. Tal proporção é a mais alta na história da humanidade, e está crescendo depressa, diz a McKinsey, uma das maiores firmas de consultoria do mundo. “Em2030, 60% da população — cinco bilhões de pessoas — serão habitantes das cidades.” Um dos grandes desafios contemporâneos, portanto, é gerenciar processos de urba- nização demodo a garantir qualidade de vida às populações. Nesta entrevista, Patrícia Ellen da Silva, sócia da McKinsey, fala sobre o estudo How to make a city great , que avaliou 80 histórias de sucesso e reuniu depoimentos de líderes, governantes e ativistas comunitários para mostrar como estão estruturadas as grandes cidades do planeta. O estudo mostra que toda metrópole bem-sucedida sobressai em três dimensões: econômica, ambiental e social. É o que os responsáveis pelo trabalho batizaram de crescimento inteligente — composto por vários fatores, como a identificação de oportunidades, a elaboração de umplano atraentepara investidores, a integração comomeio ambiente, osmeios para fazermais comme- nos, os investimentos emtecnologias e as parcerias coma iniciativa privada. O relatório final é resultado de pesquisas conduzidas ao longo de um ano por equipes da McKinsey em cerca de 30 cidades. Elas encontraram aprendizados comuns em experiências diferentes. “Todo lídermunicipal quer que a economia local cresça. Ocrescimento econômico, todavia, não entrega automaticamente umamelhor qualidade de vida para os cidadãos e pode sempre prejudicar o meio ambiente”, afirma o estudo. “O crescimento inteligente depende de uma abordagemestratégica que identifique as melhores oportunidades e as alimente, de uma forma que permita à cidade e aos seus arredores lidar comas demandas que o crescimento vai provocar sobre eles, integrando o pensamento ambiental e garantindo que todos os cidadãos se beneficiemda prosperidade de suas cidades.” Apaixonada por questões urbanísticas, Patrícia concilia o trabalho na McKinsey com as aulas queministra aos administradores públicos sobre tecnologia, inovação e engajamento ci- dadão nas cidades. “É onde construímos diálogos e fazemos análisesmais regulares”, nota ela.