RESPM-JUL_AGO-2015-alta

julho/agostode 2015| RevistadaESPM 49 numa velocidade espantosa: a cidade triplicou de tama- nho entre os anos 1950 e 1970. Somente na década de 1970 surge umnovo plano dire- tor urbanístico, que, assimcomo os outros planos que o sucederam, tenta corrigir erros e dar novos rumos para uma cidademuitomal construída. Tarefa inglória, nada fácil de ser implantada. Influenciadopela indústria auto- mobilística, o plano dos anos 1970 se concentra empro- jetos de novas avenidas e viadutos, para tentar melho- rar o trânsito de São Paulo. Avenidas ocupam os vales ao longo dos rios e córregos, impermeabilizando terras e acabando por provocar enchentes constantes. Foi o homem com suas avenidas que invadiu os rios e não os rios que passaram a invadir as nossas ruas, avenidas e casas. O metrô começa a ser implantado, mas até hoje numa velocidade incompatível com a real necessidade e demanda, principalmente quando comparamos com outras metrópoles sul-americanas, como a Cidade do México e, mais recentemente, comas cidades chinesas. Coma promulgação do Estatuto das Cidades, passou- se a exigir revisões periódicas dos planos diretores das grandes cidades e a elaboração de umplano diretor para cidadesmédias, que até então não tinhamdiretrizes de crescimento. O último Plano Diretor de São Paulo data de 2002, e a Lei de Zoneamento, de 2004. A ideia era tes- tar e ajustar essas iniciativas para, emseguida, revê-las em2012. Entretanto, o novo PlanoDiretor, aprovado em julho de 2015, chega atrasado e tenta mais uma vez dar umnovo rumoparao crescimentoda cidade, uma cidade já construída, uma tarefa que não é nada fácil. Onovo plano traz como principal novidade uma solu- ção interessanteque éomaior adensamentoao longodos chamados Eixos de TransformaçãoUrbana, isto é, Eixos dosTransportesPúblicos— trem,metrô,monotrilho, VLT (veículo leve sobre trilhos), VLP (veículo leve sobrepneus) ecorredoresdeônibusmunicipaiseintermunicipais.Con- tudo, o projeto limita para os novos edifícios o tamanho Em1950, oBrasil eraumpaíspredominantemente rural, com60%dos50milhõesdehabitantesvivendonocampo shutterstock

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