RESPM-JUL_AGO-2015-alta
arquitetura Revista da ESPM | julho/agostode 2015 50 das unidades residenciais e o número de vagas de auto- móveis por unidade e incentiva o uso misto (habitação, comércio e serviços nummesmo edifício). Essa proposta tem o objetivo de minimizar a utilização de transporte individual, o que será muito salutar. Outra novidade é a de que, comexceção das áreas de operações urbanas, no restante da cidade (cerca de 90%), no chamado remanso, passamaexistir limitações emquarteirões commenosde 50%de edifícios verticalizados. Agora, a altura dos novos edifíciosfica restrita aoitopavimentos comaté 28metros dealtura, vislumbrandoseguirmodelosdosedifícioseuro- peus construídos entre os séculos 18 e 19. Mas vale ressaltar algumas questões. No século 19, quando em Paris foram implantados os novos planos urbanísticos, comsuas ruas largas e edifícios baixos, os objetivos eram outros. Até então, Paris era uma cidade medieval, comsuas ruasestreitasesinuosas.Haussmann, que foi prefeitoda cidadepor 16 anos, imprimiuuma série de grandes obras urbanísticas com grandes avenidas e grandes espaços públicos, reformulando por completo a cidade. Todas essas obras foram feitas a pedido do impe- rador Napoleão III. Os interesses eram militares. Para evitar as revoluções dos rebeldes, barricadas emotins da população, ele solicitou a substituição das ruas estreitas e sinuosas por avenidas largas comformas geométricas e por boulevards, praças e parques. EmParis, junto comas transformações urbanísticas, foram implantados siste- mas de distribuição de água e redes de esgotos. Ou seja, o governo se incumbia da infraestrutura urbana para permitir a expansão de forma previsível e controlada. Os edifícios erambaixos com fachadas padronizadas, mas não custa lembrar as limitações das técnicas construti- vas da época. O elevador só surgiu nos Estados Unidos, emChicago, por volta de 1880/90. A proposta para São Paulo, com edifícios limitados a oito pavimentos, a meu ver, traz uma contradição: confunde altura dos edifícios com densidade. Um ter- reno onde é possível construir três edifícios com oito pavimentos terá a mesma densidade que um prédio de 24 pavimentos. Porém um edifício com 24 pavimentos propicia mais área livre no terreno, mais espaço entre prédios vizinhos, melhor solução de garagens e possibi- lita construções mais econômicas (menos elevadores, menos áreas comuns) emelhor aeração e insolação (uma conquista das leis anteriores, alémde atendermelhor às exigências da nova Norma de Desempenho). Nas zonas mais adensadas de São Paulo se constrói substituindo antigas casas por novos edifícios. O tecido urbano da cidade é constituído, basicamente, por lotes de 10m x 50m. Exemplificando: na junção de dois lotes de 10m x 50m, ou seja, um terreno de 20m x 50m, será possível Nossoplanejamentoprecisa estimular apermanência emanutenção das áreas verdes e dos edifícios históricos, de formamais inteligente Há60anos, SãoPaulo tinha2milhõesdehabitantes. Naépoca, existiaumcarroparacada32habitantes latinstock
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