RESPM-JUL_AGO-2015-alta

Administração Revista da ESPM | julho/agostode 2015 58 Há algoque precisa ser tratado imediatamente: a gestãodas cidades brasileiras, cujomodelopermanece estacionadono século 19 Modelos de gestão bem-sucedidos Emmuitas cidades pequenas emédias dos Estados Uni- dos, doCanadá, daAustrália, daNovaZelândiaedevários países europeus encontramos a figura do administrador profissional de cidades, ou city/county manager . Isso não é exatamente uma novidade. A associação internacional da categoria, a International City/County Manager Association, com sede emWashington (EUA), que congrega gerentes de cerca de nove mil comunida- des pelo mundo, foi fundada em 1914. Esses profissionais, por força dos estatutos e do código de ética da associação, não podemser filiados a partidos políticos. Eles têm formação profissional específica e, normalmente, iniciam a carreira como assistentes em algum departamento (secretaria) municipal, segundo a especialidade (educação, finanças, turismo, saúde etc.). Conforme odesempenho e a educação continuada, a pes- soa é promovida na carreira até chegar ao postomáximo de gerente-geral da cidade. Esses profissionais sãocontra- tadospelamunicipalidadepormeiodoConselho (Câmara deVereadores), duranteumdeterminadoperíodo, cabendo recondução, e não podem ser demitidos sumariamente pelo prefeito. São apartidários. Esses são os verdadeiros administradoresmunicipais, que implementamos planos doExecutivo aprovados pelo Conselho, gerenciamos recursos, prestamconta do que fazemetc. Comonão têmvínculos formais comoprefeito eleito, os projetos emandamento não são interrompidos, exceto por determinação expressa do Conselho. Há casos como, por exemplo, o de Arthur Steven- son, ex-gerente de cidade de Toronto, no Canadá, que permaneceu no cargo por mais de duas décadas, entre os anos de 1980 e 1990, tendo sido inclusive assediado para assumir o cargo em outra cidade. Toronto é uma cidade que hoje tem 2,8 milhões de habitantes, e o modelo de city manager para a gestão municipal só é realidade porque foi implantado há muitas décadas.

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