RESPM-JUL_AGO-2015-alta
Revista da ESPM | julho/agostode 2015 88 E mmeadosde junho, oGoogleanunciouacria- çãodaSidewalkLabs, umaempresaespeciali- zadanodesenvolvimentodenovastecnologias voltadasparaamelhoriadaqualidadedevida nas cidades. De acordo comopresidentedoGoogle, Larry Page, oempreendimento iráestimularodesenvolvimento denovas tecnologiasemmobilidade, eficiênciaenergética esoluçõesquevisamdiminuir apoluiçãoecontribuirpara minimizaroscustosdevidanasmetrópoles,assimcomoa criaçãodeplataformasquedeemapoioagovernosnaadmi- nistração de suas cidades. Empost publicadonoGoogle+, Page comparou a empreitada ao Google X, projeto que se dedicaàpesquisaeaodesenvolvimentode iniciativasque visammelhorar e prolongar a vida dos seres humanos. “A tecnologiaurbanapodemelhorarsignificativamenteavida debilhõesdepessoas emtodoomundo. Comesse investi- mento, queremosdirecionarosnossosesforçosparaáreas comohabitação,energia,transporteegoverno,natentativa de resolver problemas reais queoshabitantesdas cidades enfrentamtodos os dias”, resume Page. Assim, no mundo digital, a nova ordem é apostar em ideias que facilitem a vida nos grandes centros, assim como fez o famoso aplicativo de trânsitoWaze (adquirido pelo Google há dois anos), ou ainda o Moovit — a solução mobilequeajudaousuáriodetransportepúblicoaplanejar o trajetode suaviagem. Aliás, a ferramenta—que também pertence ao Google — foi batizada de Waze do transporte públicoao informar emtemporeal oshorários, as rotas, os eventuaisproblemasdecada linha, alémdaposiçãoexata edahoraestimadaqueoônibus, o tremouometrôdeverá passar. Hoje, dos 20milhões de adeptos que oMoovit tem pelomundo, quatromilhões são brasileiros, distribuídos pelas 34 cidades em que o serviço já opera no país, como SãoPaulo, Riode Janeiro eBeloHorizonte. Enquanto aguardamos ansiosamente os resultados dessanova apostadoGoogle, assistimos ao agravamento dos problemas presentes nos principais centros urbanos do Brasil, que estão fincados em quatro grandes pila- res: mobilidade, educação, moradia e segurança. Além do deficit habitacional, da proliferação das favelas e do número crescente de moradores de rua, temos de con- viver ainda com a questão da mobilidade urbana, que reduz, consideravelmente, a qualidade de vida da popu- lação, inviabilizando o usode terrenosmais distantes do centro, dada a enorme dificuldade de locomoção. Esses congestionamentos monstruosos ocasionam outro nó nas regiões metropolitanas: o abandono da cidade por parte das classes Ae B, que preferemisolar-se emcondo- mínios fechados, cercadospormuros cadavezmais altos. O resultado dessa segregação urbana é o aumento da insegurança, que tira os cidadãos das ruas. Estamos cada vez mais assustados e envergonhados pelo fato demorarmos em regiões tão violentas, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde um simples passeio de bicicleta pode ter umfinal trágico. E quanto mais o cidadão foge das ruas,mais a cidadefica abandonada e àmercê daque- les que acabam preenchendo, indiscriminadamente, o espaço vazio. Diante desse cenário cada vezmais caótico, fica a per- gunta: como serão nossas grandes cidades no futuro? Experiências urbanas em grandes centros como Lon- dres, Nova York e Songdo (Coreia do Sul) apontam os caminhos para a construçãode cidades inteligentes, sus- tentáveis e mais próximas aos ideais de sua população. Mas enquanto, no exterior, bairros inteiros são revitali- zados e áreas degradadas oumal utilizadas abremespaço O futuro das cidades brasileiras ”Inovar é começar. Para isso, é preciso saber transformar cada problema emuma equação comsolução!” Jaime Lerner
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