RESPM-JUL_AGO-2015-alta

Revista da ESPM | julho/agostode 2015 98 Criado em 1997, o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) funciona como um fiscal do trabalho desenvolvido pela prefeitura local. À frente da entidade, o arquiteto Edson Luiz Cardoso Pereira, já deu início ao planejamento urbano da cidade para 2047, quando o município paranaense completará 100 anos Revista da ESPM — Como surgiu o Conselho de Desenvolvimento Econô- mico de Maringá, o Codem? Pereira — Maringá traz o planeja- mento em seu DNA. Criada em 1947, pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, a cidade foi plane- jada dois anos antes de sua funda- ção pelo arquiteto e urbanista Jorge de Macedo Vieira, que jamais esteve em Maringá. Entretanto, em 1945, concebeu um projeto urbanístico que foi considerado um dos mais arrojados e modernos para a época. Com o passar dos anos, o município foi perdendo suas características iniciais por causa do enorme cres- cimento populacional. Até que, em meados da década de 1990, um grupo de 30 empresários insatis- feitos se reuniu para tentar mudar os rumos da cidade, que, devido à má gestão pública e aos esquemas de corrupção de alguns políticos da região, já não conseguia crescer nem metade da expansão anual registrada pelo Estado do Paraná. Desse encontro nasceu o movi- mento Repensando Maringá, que culminou na criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), e do plano Marin- gá 2020, composto por uma série de ações para a construção de políticas de desenvolvimento econômico e social para reverter essa situação. Revista da ESPM — Instituído pela Lei Municipal nº 4.275, de 11 de se- tembro de 1996, o Codem já atua na cidade há 18 anos. De que forma a entidade contribui para o desenvolvi- mento do município? Pereira — No início de nossas ativi- dades, primeiro pensamos no que queríamos para a cidade, no futuro. Colocamos tudo no papel, reunimos 22 entidades de classe que atuam na região e tratamos de fazer valer nossos planos por meio de uma lei municipal capaz de dar valor legal ao Codem, que há 18 anos é o res- ponsável por fiscalizar o prefeito e fazer com que o município aplique, no mínimo, 2% do que arrecada no desenvolvimento econômico da região. Essa vigilância saudável elevou a região a outro patamar. Cinco anos depois de o Codem ser formado, a cidade passou a registrar as mesmas taxas de crescimento do Estado do Paraná. Nos últimos dez anos, temos apresentado um crescimento médio de 10% ao ano. E, neste ano, enquanto a economia brasileira deverá registrar um de- sempenho negativo, Maringá irá crescer em torno de 3%. Grande parte desse bom resultado é reflexo da forma como o Codem trabalha. Desenvolvemos uma espécie de cogestão com o prefeito, que acata e valoriza as nossas ações em prol da cidade. Assim, na última década, a prefeitura de Maringá vem aplican- do 22% de sua arrecadação anual — que é de aproximadamente R$ 1,2 bilhão — em iniciativas para promo- ver o desenvolvimento econômico do município, sem deixar de lado os investimentos nas áreas da saúde, educação e segurança. Revista da ESPM — Na prática, como essa parceria funciona? Pereira — A principal atividade do Codem é planejar o futuro da cida- de. Assim, enquanto a prefeitura administra as questões do dia a dia, o Conselho pensa e direciona o crescimento do município, que já iniciou seu planejamento urbano para 2047, quando irá completar Umaparceriapúblico-privada quejádura18anos! Edson Lu i z Cardoso Pere i ra | codem

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