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Consumo Revista da ESPM |maio/junhode 2015 138 Por outro lado, tenho observado uma nova mudança no padrão de consumo dessa nova classe média, que está mais madura e exigente dos seus direitos, porém frustrada com os rumos da economia. Vejo um consu- midor mais cauteloso e preocupado com a alta dos pre- ços dos produtos. O atual cenário de instabilidade eco- nômica faz com que o consumidor fique mais contido e coloque mais o pé no freio na hora de comprar. Para a classe média, crise não é exceção, é regra. Muitos pas- saram fome e hoje buscam diversas estratégias para enfrentar este atual momento com medidas próprias. Para não abrir mão do que conquistou até agora em termos de consumo, compra produtos de marcas mais baratas, deixa de adquirir alimentos supérfluos que não fazemparte do consumo diário, como embutidos, iogur- tes e refrigerantes, e reduz a quantidade dos produtos. O consumidor da classe C não está gastando menos. Está comprando menos, porque não consegue comprar o que comprava há seismeses comamesma quantidade de dinheiro. E para quem não está disposto a cortar os gastos em época de inflação, a saída é fazer bicos para ter uma renda extra. Enxergo claramente que oBrasil vivehoje uma crise de perspectiva, de confiança. Para alémda crise econômica, a preocupação coletiva é não saber para onde o Brasil vai numfuturopróximo.Oquemedeixamaisotimistaésaber da capacidade da população de se virar emmomentos de incertezasedo fatodenãoabrirmãodealcançarossonhos que estão ao alcance dos olhos e dasmãos. Renato Meirelles Presidente do instituto de pesquisa Data Popular shutterstock Paranãoabrirmãodoqueconquistouatéagora, essepúblico compraprodutosdemarcasmaisbaratasedeixadeadquirir alimentossupérfluosquenão fazempartedoconsumo diário, comoembutidos, iogurtese refrigerantes