RESPM-MAI_JUN-2015-alta

maio/junhode 2015| RevistadaESPM 17 mais contextualizada. Isso trouxe mais genuinidade aos resultados. A partir daí, criamos a “home inva- sion”, técnica que começava com a conversa em um bar e, de repente, seguia com a pesquisa para a casa da pessoa. Esse trânsito chacoalhou bastante o mercado com a chegada da Box. Eu diria que o nosso sucesso está em fazer essa triangulação o tempo todo: entender o comporta- mento das pessoas, cruzar essa in- formação com o “futuro” e levar algo novo para que o cliente possa usar. Mais do que pesquisadores, aqui nós nos comportamos o tempo todo como consultores. Revista da ESPM — Vocês gostam de trabalhar com pacotes metodológicos prontos ou o objetivo é sempre criar coisas novas? André — Temos uma prateleira de serviços, como todo mundo deve ter, mas o nosso trabalho é muito artesa- nal. A cada briefing, pensamos muito nametodologia. Isso é bacana, porque é difícil ganhar em volume dentro do mercado com esse modelo, mas nós temos uma boa resposta dos clientes. Revista da ESPM — Comqual perfil de clientes vocês trabalham? André — Com todos que você ima- ginar. Somos muito comprados pela liderança em seus respecti- vos segmentos. Trabalhamos com Ambev, Itaú, Vivo, Fiat, Grendene, C&A. São clientes de natureza mui- to diversa. Mas também atendemos a clientes pequenos, muito ligados à estratégia de branding, o que é bem legal também. Revista da ESPM —Você tocouno tema do branding. Neste sentido, como você vê a figura do profissional tradicional de planejamento de marca das agências? Na lógica das ciências do consumo, o mercado demanda um profissional mais interdisciplinar? André — Com certeza. Hoje, uma das grandes dificuldades do merca- do é encontrar profundidade, e isso acontece não por incapacidade dos profissionais, mas porque as pessoas não têm tempo. Nós enxergamos isso claramente. É muito difícil sair da ca- deira. Oquemais temhoje nomercado é o planejador de escritório, que não consegue ver de perto o que está acon- tecendo na rua. Nesse sentido, quem vem de backgrounds mais multidisci- plinares leva grande vantagem para executar todas essas tarefas. Aqui, temos profissionais formados em ad- ministração com especialização em arquitetura, outro é formado em pu- blicidade com mestrado em ciências sociais. Eu mesmo sou formado em comunicação com especialização em sociopsicologia. O perfil de profissio- nal mais benquisto é o de quem está conseguindo misturar arte e ciência o tempo todo. Quando eu tento traçar o perfil etnográfico de alguém a partir do seu comportamento na internet, preciso saber muito mais de digital do que apenas navegar por uma rede social. São várias disciplinas novas, como neurociência e neuromarketing, que estão ganhando importância. Revista da ESPM — Falando de ten- dências, como vocês observam a figura do cool hunter nesse entendimento da ciência do consumo? ”Está tudomisturadomesmo. Temnego da classe A na balada da classe C, e nego da classe C na balada da classe A. E isso é demais!” latinstock

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