RESPM-MAI_JUN-2015-alta

maio/junhode 2015| RevistadaESPM 31 supérfluos, num efeito dominó. Observe-se a moda, tão vinculada a grifes de prestígio, caso a obsolescên- cia de desejabilidade fosse ignorada e se ampliasse o ciclo de vida dos bens. O efeito dominó atingiria, por exemplo, a indústria do algodão, os trabalhado- res rurais, as costureiras, os fabricantes de botão e de zíper, as confecções, os vendedores em shopping centers, os fabricantes de insumos agrícolas e a indús- tria de bens e equipamentos pesados, como tratores e colheitadeiras. E alcançaria também empresas que se “beneficiam” da existência da moda, como as que fabricamalvejantes, amaciantes e sabões empó. Como resultado, o declínio de vendas de toda essa gama de empresas, gerando um efeito cascata de queda no faturamento, menos dinheiro em caixa e demissão de funcionários. Essa multidão de desempregados, com menos dinheiro no bolso, ou até mesmo semnenhum, iria consumir menos, o que afetaria vários outros segmentos da economia. Daí os esforços do mercado como um todo — da indústria de bens à indústria da propaganda — para manter ativa e girando continu- amente a “roda-viva do consumo”, que é constante- mente monitorada pelo Índice de Confiança do Con- sumidor: o consumo não pode parar. Pois então, quem tem a ”palavra final”? Mario E. René Schweriner Coordenador do curso de graduação de ciências sociais e do consumo da ESPM Casoaobsolescênciadedesejabilidade fosse ignoradae seampliasseociclodevidadosbensaomundodamoda, o efeitodominóatingiriadiversossegmentosdaeconomia, da indústriadoalgodãoaosshoppingcenters latinstock

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