RESPM-MAI_JUN-2015-alta
maio/junhode 2015| RevistadaESPM 37 Dinâmica que serviu de inspiração para a fundação de diversos grupos de pesquisa similares emtodo omundo. Já na área de negócios, renomadas consultorias e agências de publicidade têm adotado, publicamente, seus conceitos e ferramentas. Novas consultorias espe- cializadas são criadas a todo instante. E grandes empre- sas têm investido em áreas exclusivamente com esse foco. Além disso, atualmente, as principais universi- dades do mundo oferecem programas específicos de economia comportamental, diversos laboratórios de pesquisa foram criados em grandes centros. Observa- se uma explosão de papers em periódicos renomados, e suas teorias estão em rápida evolução. No entanto, nem tudo são flores... A área ainda apre- senta grandes desafios a seremsuperados. Transformar resultados rigidamente controlados em soluções apli- cáveis no mundo real nem sempre é fácil. Um debate sempre presente é se resultados de experimentos em laboratório, ou em campo, podem ser transpostos para o mundo real. Além disso, a implementação de labora- tórios e departamentos comesse foco requer um inves- timento considerável e profissionais ainda raros no mercado para gerar resultados confiáveis e replicáveis. Se nos Estados Unidos e na Europa — onde a área está no auge e bemmais consolidada — essas questões e barreiras de entrada ainda são um desafio, o cenário fica aindamais crítico quando falamos de países como o Brasil, onde a área é praticamente desconhecida e há, ainda, uma enorme dificuldade emangariar fundos para laboratórios e estudos experimentais. Mesmo comgrandes desafios, a área cresceu a passos largos na última década e está cada vez mais consoli- dada, tantona academia quantonomundodos negócios. Por ser uma área relativamente nova, pequenos ajustes ainda estão em andamento. Umdeles, por exemplo, é a proposta de ampliar o alcance da atividade e de seus pro- fissionais ao denominar seus estudos não apenas beha- vioural economics , mas algomais amplo como behaviou- ral science . Essa discussão tem ganhado força, liderada também pelo próprio Daniel Kahneman, e vamos pre- senciar o seu desenrolar nos próximos anos. Apesar de ser uma discussão, semdúvida, plausível e justificável, o publicitárioRory Sutherland, umdefensor apaixonado da área, observa que, não obstante as diver- gências, ousodo termo behavioural economics éumótimo casede rebranding quedeucertoe, comcerteza, propiciou que seus estudos entrassememmeiosqueatéentãoeram inalcançáveis, ao seremvinculados coma economia. Aproveito assima oportunidade para deixar umcon- vite. Independentemente da denominação, economistas comportamentais, cientistas comportamentais, psicó- logos comportamentais, advogados comportamentais, uní-vos, pois evidências não faltam que, países como o Brasil, que têm pouquíssimo conhecimento sobre a área, terão ainda muito a se beneficiar com seus estu- dos e aplicações, em todas as esferas. Flávia Ávila Professora do curso de economia comportamental EAD da ESPM, fundadora do site economiacomportamental.org e da InBehavior – Pesquisa e Insights latinstock Aeconomiacomportamental propõeumavisãomais realistadanaturezahumana. Alémde fornecer ferramentas poderosasparaentender oconsumidor, elavaimais longeao investigar fatorescomobem-estar, altruísmoe reciprocidade
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