RESPM-MAI_JUN-2015-alta
História Revista da ESPM |maio/junhode 2015 96 pela hierarquia social. Outros produtos, que não os ves- tuários, tambémseguiam, de certa forma, esse caminho. Emtornodoséculo19,essemododeconsumojáseencon- travainstaladocomoumfatosocialemcaráterpermanente. Entretanto, nãohouve, nessaépoca, umaexplosãodecon- sumo como no século anterior. Do outro lado do Canal da Mancha, a Revolução Francesa, por sua vez, já vinha tra- zendomudanças importantes à França do século 18. Mas nãomudou o gosto das massas de consumidores daquele país. A nova burguesia francesa do século 19 se apropriou dopadrãodeconsumodaaristocracianalutaporumstatus social elevado. Nesse aspecto, as lojas francesas de depar- tamentos foramaliadasdessaclassenaaspiraçãodenovas posições sociais. Os bens tornaram-se verdadeiros legiti- madores simbólicos de posição social naquele país. Oséculo19entregouaoconsumocertas características quese intensificamnaspráticasdeconsumoatuais. Poten- tes significados sociais são, cada vezmais, embutidosnos bens de consumo por meio de estratégias de marketing que empregamnovas estéticas emotivos culturais pensa- dos para adicionar valor aos produtos. Damesma forma, esse período é caracterizado por umnovo tipo de intera- ção entre comprador e vendedor, que permitiu o desen- volvimento de inovações, tais como o crédito. A compra a crédito trouxe alterações significativas ao consumo. O comprador das lojas de departamentos podia agora admi- nistrar sua satisfação obtendo um produto no momento da emergênciade seudesejo, enãoapenas quando tivesse dinheirosuficienteparapagar por ele. E issomudoumuita coisa na dinâmica do consumo. ARevoluçãoIndustrialfezexplodiroconsumodemassa, embrionário no século 18, coma emergência dos merca- dos. Também intensificou as diversas opções de produ- tos e suas vendas por meio das estratégias de marketing e de publicidade. Foi a partir da Revolução Industrial que a produção passou a ser padronizada e serializada e o tra- balho dividido emetapas coma finalidade de aumentar a produtividade. Taismudançasderamà indústriadoséculo 20 uma capacidade de produção semantecedentes histó- ricos. A Revolução Industrial mudou, definitivamente, a produção de bens materiais em grande parte do mundo, impactando também a nossa forma de consumir. Toda- via, hádois outros aspectosdemudançaque impactamde forma definidora o consumomoderno: a queda da neces- sidade do adiamento da realização do desejo de compra de um produto e a crença de que o consumo nos entrega plena satisfaçãodenossos desejos. Esses dois fenômenos, associados àexcessivaofertapormercadoriasproduzidas emmassa — principal contribuição da Revolução Indus- trial aoconsumomoderno—, definemoconsumidor atual como um sujeito que busca nos produtos que consome mais que apenas seu valor de uso e de troca. Esse consu- midor espera ser feliz satisfazendo-seplenamenteapartir ARevolução Industrial fezexplodir oconsumodemassa, embrionárionoséculo18. Essa tambémintensificouas diversasopçõesdeprodutosesuasvendaspormeio dasestratégiasdemarketingedepublicidade
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