RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA

inovação Revista da ESPM |março/abril de 2015 102 de mercado que dependem de nova interpretação e pensar das empresas. Outro ponto importante é que o consumidor não tem a necessidade de novas versões do mesmo produto, mas de soluções para problemas ainda não identificados. Complementando essa ideia, RenéeMauborgne eW. ChanKimdefendema tese doOceano Azul, que prevê a atuação emsegmentos consistentes e semconcorrentes imediatos. Essa identificação de nicho faz com que as empresas busquem detectar outras formas de atender às necessidades domercado consumidor. Esse conceito, geralmente, está relacionado à tecnologia,mas podemos associá-lo também ao exemplo de produtos saudáveis. Ainda existe certa divergência de opiniões a respeito desse nicho de mercado, mas os autores consideram como aqueles produzidos sob determinadas condições controladas, sema adição de agrotóxicos ou a presença de transgênicos. Com essas condições iniciais, temos uma diminuta oferta de produtores que podem até uti- lizar como slogan: “ Remédio se compra na feira ” — frase dita por um feirante em uma das muitas feiras livres realizadas na cidade de São Paulo. Por outro lado, a estratégia daCauda Longa, defendida por Chris Anderson, preconiza que pequenos nichos de mercado podemser atendidos a partir do ambiente vir- tual, em contraposição aos espaços disponibilizados pelas marcas demaior apelo comercial nos pontos físi- cos de vendas. Exemplos como a venda de cosméticos pela internet, antes dominada somente por gigantes como a Sephora, abremoportunidades para quemarcas menos expressivas, mas de qualidade, possam ser ofe- recidas para omercado. Omesmo ocorre comprodutos de outros segmentos, como o erótico e o de smartpho- nes (do site da chinesa Xiaomi). Contextualizando, em relação ao comércio exterior, temos uma dependência histórica dos Estados Unidos, da Argentina e da China, principalmente em referência aos produtos básicos. Manter esses mercados é impor- tante, porémdescobrir outros é fundamental paramodi- ficar a consistência da balança comercial brasileira. Os mercados citados sãoosmais visadospelos concorrentes internacionais, oquediminui onossopoder debarganha e de negociação de preços, em vez de qualidade. Nesse aspecto, as nossas empresas devem melhorar a quali- dade de seus produtos ou identificar nichos de mercado quepossamrepresentarmenor valor,mas contribuir com maior frequência, ampliando os resultados dos negócios brasileiros. Pensando dessa forma, outros países podem ofere- cer oportunidades demercado emdemandas ainda não atendidas pelas empresas. Em um primeiro momento, a demanda pode parecer não existir, mas isso ocorre somente em virtude da falta da oferta. Em viagens por países considerados emergentes e até desenvolvidos, observamos a ausênciadeprodutos, que, portanto, pode- riam ser inseridos nas estratégias de desenvolvimento de negócios. Por outro lado, não temos ainda umparque industrial forte que possua estrutura homogênea, pela Todasaseconomiasconsideradasdesenvolvidas têm, por exemplo, uma indústriaautomobilística forte, capazde alavancar outrossetoreseconômicos, comoosdeaço, vidro ecombustíveis, fortalecendoosistema financeirodopaís

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