RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA
março/abril de2015| RevistadaESPM 113 Oconsumoéum gestodeesperança Por Arnaldo Comin Foto: Divulgação O publicitário Washington Olivetto entende de crise como poucos. Depois de decolar como estrela de criação da DPZ, decidiu abrir seu próprio negócio, a então W/GGK, em pleno olho do furacão pós-ditadura militar. O ano era 1986, tempos de Plano Cruzado, congelamento forçado de preços e certa frustração com a ascensão de José Sarney à frente da Nova República. O clima hostil da economia não foi empecilho para a consagração da W/Brasil como expoente da publicidade brasileira no mundo e tampouco fez com que Washington per- desse uma de suas características mais marcantes, a de otimista incurável. Mas nem por isso lunático. “A aventura pode ser louca, desde que o aventureiro seja lúcido”, sintetiza. Washington anda preocupado com o clamor por impeachment e volta à ditadura que ecoa de recentes manifestações antigoverno. Tão ruim quanto os maus sinais da eco- nomia, em sua opinião, é o baixo astral que contamina o país. Desde 2010 à frente da WMcCann, ele acredita que a comunidade publicitária tem o dever de se posicionar pela defesa do negócio e sua relevância sobre os resultados proporcionados pela boa propa- ganda. “Nós, os donos de agências, temos de deixar claro que a comunicação de governo vai encolher, mas isso não deve ter, necessariamente, reflexo na iniciativa privada.” A crise, por outro lado, abre novos caminhos. O desafio é fazer mais e melhor, não necessariamente cortando custos. Mesmo com bons resultados em 2014, Washington diz que a WMcCann entrou em 2015 “no spa”. Isso significa investir em mais qualidade de profissionais, sem elevar a folha salarial. O objetivo é melhorar a entrega, com a pro- dução e execução de ideias que sejam mais relevantes para os clientes. “Eu acredito que isso faz a diferença e cria oportunidades.” Reagir à crise, em sua avaliação, significa reafirmar a importância da publicidade para as empresas, fortalecer a relação de confiança entre agências e anunciantes e cons- truir uma agenda positiva entre marcas e consumidores. Em resumo, vender esperança. Sim, Washington Olivetto continua um otimista incurável.
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