RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA

Globalização Revista da ESPM |março/abril de 2015 142 Porúltimo,listoalgumastendênciasobservadasdurante conversas com executivos de algumas empresas brasi- leiras que se internacionalizam. Uma estratégia que será intensificada nos próximos anos é a de construir plata- formas de exportação e centros de distribuição regionais. Essa ideia consiste em estabelecer empresas em países estratégicos que servem como base de exportação para diferentes mercados. Outra tendência é a aquisiçãode empresas de pequeno porte em países desenvolvidos. Essas aquisições ser- vem como veículo para acesso a novos conhecimen- tos, financiamento e aprendizado sobre como atuar em determinado país a ummenor custo e commenor risco. Umterceiroponto é odesenvolvimentodo global mind- set dos gestores, ou seja, amentalidade global para inte- ragiremcomdiferentes culturas, lidar comdemandas de diferentes mercados e preparo para enxergar o mundo como uma plataforma de negócios global. Por último, notamos também a inserção em clusters que propiciemaprendizado amenores custos. Algumas empresas brasileiras no segmento de tecnologia da infor- mação estão migrando parte de suas operações para a América Central, onde os governos incentivam esse arranjo organizacional. A partir das análises apresentadas, espero que as empresas brasileiras se aventurem em novos mares, principalmente com foco no aumento de sua competiti- vidade, contribuindo assimpara o futuro do nosso país. Gabriel Vouga Chueke Fundador e coordenador do Observatório de Multinacionais Brasileiras da ESPM e professor nos cursos de graduação e pós-graduação da ESPM, Senac, BSP e Anhembi Morumbi Stefanini | Primeira multinacional brasileira na área de tec- nologia da informação a se internacionalizar. O primeiro país no qual ingressou foi a Argentina, em 1996. Em seguida, priorizou a internacionalização regional para países latinos. Hoje, aStefanini estápresente em33países, com78 filiais eum faturamento de R$ 2,11 bilhões em 2013. Com planos de investir mais de R$ 400 milhões para dobrar o tamanho da empresa até 2016, a Stefanini considera a internacio- nalização como estratégia fundamental para atingir essa meta. Entre os diferenciais competitivos da Stefanini no exterior es- tão: acreditações internacionais; capilaridade internacional (tama- nho); e fuso horário (quando comparada com os rivais indianos). Fanem | Fundada em 1924, a Fanem é uma multinacional brasileira pioneira na fabricação de equipamentos médicos e de laboratório. Em 2010, a empresa expandiu suas operações para o exterior, tornando-se a primeira empresa brasileira do setor a abrir uma fábrica na Índia. No ano seguinte, a Fanem inaugurou um escritório em Amã, na Jordânia, principal canal da companhia para o Oriente Médio. Atualmente, a empresa também possui representações co- merciais no Sri Lanka, na Itália, nas Filipinas, na China, na Nova Zelândia, no Cazaquistão, na Ucrânia, no Vietnã, entre outros. Seus produtos estão presentes emmais de 90 países. Entre os diferenciais competitivos da Fanem no exterior estão: preço mais baixo que os players mundiais; produtos com acreditações internacionais; e inovação e posse de patentes desenvolvidas com o aprendizado em atuar no exterior. Weg | Criada em 1961, a Weg é a segunda maior produtora mundial de motores elétricos e começou a exportar na déca- da de 1970 para países da América Latina. Esse processo de internacionalização foi intensificando-se a partir de 1990, com a abertura de escritórios comerciais nos Estados Unidos, na Bélgica, na Alemanha, na Austrália e noMéxico. Em2000, passou a investir na abertura de fábricas no exterior. Hoje, a companhia está presente em todo omundo, com filiais comerciais em28 países e parques fabris na Argentina, na China, no Chile, na Colômbia, na Venezuela, no Peru, em Portugal, no México e nos Estados Unidos. Seus diferenciais competitivos são: parcerias com univer- sidades no Brasil e no exterior. Foco na prestação de serviços (fornecedor de soluções tecnológicas); e inovação e customiza- ção de produtos. Cases verde-amarelos Confira algumas das empresas brasileiras que embarcarampara o exterior, rumo à tão sonhada internacionalização dos negócios Para o Brasil, émais interessante apostar em inovar e investir empaíses mais experientes emenos na exploração demercados similares aos nossos

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