RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA
março/abril de2015| RevistadaESPM 15 ponto de vista dela, falou o seguinte: “Faça tudo de ruim em 2015, e um pouco em 2016, para que a economia volte a crescer e, quando chegar a eleição de 2018, eu tenha um dis- curso”. Só que isso não é possível, porque a ruptura entre o discurso para ganhar a eleição e o discurso de agora foi muito grande. Mais que isso, aquele pessoal que tinha vota- do nela por entender que melhorou de vida por causa do PT de repente viu que isso não vai mais acontecer. Isso cria um clima de revolta, que desemboca nas manifestações de ontem [15 de março]. Alexandre — As pessoas estão pre- ocupadas. O que você vê agora em termos de riscos? Luiz Carlos — A situação que nós temos hoje é parecida com o medo de trovão que as pessoas têm. O trovão é uma manifestação que vem depois do raio. Quem ouve o trovão não morre pelo raio. O momento de risco do Brasil com o PT já aconteceu. E eu tenho medo do PT, porque ele é um partido he- gemônico. Se o Lula quisesse ter seguido o mesmo caminho desses malucos que tem aqui na América Latina, ter mudado a Constituição para ser reeleito de novo, ele teria poder e apoio para isso. Poderia ter destruído a democracia brasi- leira. E isso não aconteceu. Aliás, para mim, é o grande mérito do Lula. Outra prova de que ele não é da ala dura do PT. O Lula tem uma tinta democrática mesmo. Se fosse o Zé Dirceu, teria feito isso, certamente. Então, agora, não te- nho medo. Porque estamos viven- do o fim do ciclo político de que eu tinha medo. O trovão de ontem mostra que o raio não vai cair na nossa cabeça. latinstock A presidente Dilma Rousseff foi eleita comum truque de marketing. Prometeu não fazer coisas que depois teria de fazer, como colocar Joaquim Levy no comando da economia. A consequência foi uma ruptura entre o discurso feito para ganhar a eleição e o discurso de agora
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