RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA
ponto de vista Revista da ESPM |março/abril de 2015 154 Fernando Alves Comeficiência épossível superardesafios e crescer emqualquer cenário! N os mais variados aspectos, o ano de 2014 apresentou uma realidade bastante desa- fiadora para empresas, tanto nas questões econômicas quanto políticas e sociais. Tais desafios tendema se repetir em2015, repercutindo dire- tamente na percepção dos CEOs sobre a economia global e oportunidades denegócios. Enquanto algunsmercados maduros, como os Estados Unidos, parecem se recupe- rar, outros, como os da zona do euro, continuamenfren- tandodificuldades.Aomesmo tempo, algumaseconomias emergentes seguem crescendo em ritmo acelerado, ao passo que outras estão desacelerando. Ahistória e a eco- nomia nosmostramque emcenário de rápidamudança e incerteza, o apetite ao risco diminui namesma propor- ção. Podemos verificar o impacto disso na confiança dos líderes das principais empresas do mundo. Um bom termômetro do momento econômico é a 18ª Pesquisa Global de CEOs da PwC. O resultado revela que os líderes empresariais estão mais reticentes em rela- ção à recuperação da economia global. Namédia global, 37% dos mais de 1,3 mil CEOs consultados acreditam na melhora das condições econômicas neste ano. Na edição anterior da pesquisa, esse índice era de 44%. O Brasil — que vinha registrando ascensão nos índices de confiança do empresariado em relação à economia glo- bal nos últimos anos — registrou um percentual de 30% em 2014, que agora caiu para 27%. Os CEOs brasileiros tambémestãomenos confiantes na recuperaçãoda economia do país. Por outro lado,mos- tram-semais otimistas do que seus pares globais quanto à capacidade de aumentar as receitas de suas empresas no decorrer deste ano. A teoria econômica explica essa disparidade: por dispor de informações domercado em que atua e controle sobre os processos de sua empresa, o CEO consegue ter mais certeza sobre as perspectivas de seu negócio do que no cenário econômico externo. Apesar da queda na confiança na economia global, CEOs brasileiros e estrangeiros vislumbram oportunidades para o crescimento de seus negócios. Outro indicativo é que boa parte dos CEOs não pretende reduzir seu qua- dro de funcionários em 2015. A velocidade das mudanças na forma de fazer negó- cios é umfator de preocupação revelado pelos CEOs. Eles estão cientes de que precisam se adaptar rapidamente às mudanças provocadas pelas rupturas tecnológicas e aosmercados emque atuam. Para isso, colocar a tecnolo- gia no cerne do negócio comomeio de criar valor para os clientes é essencial para o sucesso, tanto quanto encon- trar novas formas de pensar e de trabalhar nesse novo cenário competitivo. Apesquisa tambémapontaque, apartir dessasmudan- ças tecnológicas cada vezmais rápidas, o ambiente com- petitivopassoua incorporarnovas realidades.Odesapare- cimento das fronteiras entre setores, coma consequente entrada de novos concorrentes oriundos de áreas em que há sinergia é claramente evidenciada na pesquisa, à medida que mais CEOs passam a olhar além das suas áreas de atuação tradicionais. Mais dametade dos CEOs consultados (55% no Brasil e 56% globalmente) acredita que suas empresas entrarão, cada vez mais, em novos setores nos próximos três anos. Os dados indicam um caminho de revisão, tanto glo- balmente quanto no Brasil. O recuo da confiança não é maior que a sensação de oportunidade emambas as esfe- ras. Ao que tudo indica, 2015 será um ano para os CEOs pavimentarem o caminho para o crescimento susten- tável a partir de uma profunda análise sobre os rumos e estratégias adotados no cerne de seus negócios. Fernando Alves Sócio-presidente da PwC Brasil divulgação
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