RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA
março/abril de2015| RevistadaESPM 17 Umamudança previsível, comessamelhora na distribuição de renda e esse aumento da classe média, é que, politicamente, o país iriamudar para a direita, pelomenos para a centro-direita teve acesso a tantos dados em tempo real. O que um estrategista teria de fazer para separar o ruído do sinal? Para fazer seu planejamento estratégi- co com serenidade, sem ficar excitado nem amedrontado pelo trovão? Luiz Carlos — Ele precisa separar o curto prazo do longo prazo. No longo prazo, o Brasil vai dar um salto extraordinário, porque com esta mudança política o próximo presidente da República será um reformista. O próximo governo será um governo reformista, porque a sociedade quer isto. A corrupção na Petrobras é a pedra de toque desse movimento. O Brasil terá, de 2018 em diante, menos governo, mais reformas e um ganho de qualidade importante como sociedade e como economia. O empresário tem de estar ancorado nesse futuro. Só que, para chegar até lá, terá de sobrevi- ver a uns três anos difíceis. Talvez menos, acho que serão apenas uns dois anos. Alexandre — Dois anos para o cená- rio econômico melhorar? Luiz Carlos — Se eu estiver certo, lá por 2016, nas eleições para prefeito, já vai ficar mais do que clara essa mudança para a direita da política no Brasil. Como as eleições para presidente já vão estar próximas, todo mundo vai reagir a esse quadro novo. Como ninguém vai poder ficar esperando até novembro de 2018 para tomar as decisões de investi- mento, temos pela frente um ano bem complicado, do ponto de vista de gestão de curto prazo. Alexandre — Como conciliar o oti- mismo de longo prazo com o pessimis- mo de curto prazo? Luiz Carlos — Há duas expressões inglesas que eu gosto de usar. A primeira é “ don’t panic ”. A segunda é “ don’t get too excited ”. São os dois riscos. Eu, por exemplo, tenho de me controlar para não ficar anima- do, porque acredito em tudo isso que estou falando. Mas tem muita gente na comunidade empresarial dizendo que o Brasil vai virar uma Venezuela, o que é um absurdo. Alexandre — Se fosse para virar, já teria virado? Luiz Carlos — Sim, já teria virado em 2010 ou 2011. Não seria agora, que a Venezuela está falindo e o Bra- sil está mudando para a direita, que isso irá acontecer. Então, primeiro, “ don’t panic ”. Tire do horizonte coi- sas absurdas e coloque valores de referência. Terminou o ciclo político do PT e o próximo ciclo terá o Brasil Odia15demarço foimarcadopormanifestaçõesnasprincipaiscapitaisdopaís. EmSãoPaulo, naavenidaPaulista, omovimentocontraacorrupçãoeapolíticado governodeDilmaRousseff reuniuaproximadamenteummilhãodepessoas latinstock
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