RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA
Desenvolvimento Revista da ESPM |março/abril de 2015 30 empresa — altamente intensiva no uso de eletricidade, como todas no setor — foi capaz não apenas de manter o nível de produção inalterado, apesar de uma redução de 20% da oferta de energia, mas ainda sobrou energia, que foi vendida ao mercado a preços atrativos, impul- sionando os resultados da empresa. Outra medida do sucesso do programa é que, em 2008, cada “inventor” propôs, em média, 145 melhorias de processos, servi- ços e produtos para a empresa. Na crise atual, especificamente, há uma solução que todas as empresas deveriam explorar: aumentar seu grau de automação. Há mais de dez anos, os salários vêm subindomais do que a inflação no Brasil. Até 2010, a alta da produtividade compensava o aumento de cus- tos salariais para a empresa e o trabalhador, commais dinheiro no bolso, podia consumir mais, ajudando a economia a se movimentar e o país a crescer. Desde 2011, os salários continuaram em alta, mas a produti- vidade não, reduzindo a competitividade das empre- sas, que foram perdendo mercados para concorrentes em outros países. A solução para que as empresas não sejam elas mesmas forçadas a levar a produção para fora do país, como tem sido cada vez mais comum, é ter menos e melhores funcionários e mais e melhores equipamentos, hardware e software, que atualmente podem ser financiados a taxas de juros menos onero- sas do que no passado. A elevação da carga de encargos trabalhistas por conta das novas medidas econômicas do governo só reforça esse processo. Oportunidades para você Mais cedo ou mais tarde, a alta dos salários acima do crescimento da produtividade levará as empresas a substituir funcionários por máquinas . Somando isso a um crescimento econômico mais lento e à redu- ção dos benefícios de auxílio-desemprego, a taxa de desemprego aumentará neste ano e, talvez, ainda no próximo. Maior automação revolucionarávários setores, criando oportunidades para alguns e riscos para outros. Muitos perderão seus empregos, masmuitos outros, agora con- tando commelhores processos, equipamentos e aplica- tivos, produzirão e ganharão mais do que antes. Essencialmente, para que as crises sejamoportunida- des, cada um de nós tem de ter uma preocupação cons- tante em ser hoje melhor do que era ontem. Para começar, saiba qual é seu propósito e desen- volva constantemente seus diferenciais para poder atingi-lo. Quais os seus? De que forma só você conse- gue ajudar seus clientes a atingir o que estão buscando? O que você faz melhor do que os outros? O que o torna único aos olhos do seu chefe e de seus clientes? Por exemplo, minha empresa, a Ricam Consultoria, e eu temos como propósito melhorar a vida das pessoas, transformando a compreensão da economia em um instrumento de tomadas de melhores decisões tanto para as empresas quanto para as pessoas. Segundo os feedbacks que recebemos de nossos clientes, faze- mos isso, tornando economia um assunto simples, interessante e, principalmente, útil. Esses são nossos diferenciais. Ao perceberem que entender o que está acontecendo e acontecerá na economia é não apenas possível, mas pode ser fácil, divertido e cria um grande diferencial competitivo para cada pessoa e empresa no desenvolvimento e implementação de suas estra- tégias, abordagens de mercados e desenvolvimento de produtos e serviços, tornando-os melhores do que seus concorrentes, aconteceu o que parecia impensável para muitos deles. Passaram até a gostar de economia. Já sabe o seu propósito e quais seus diferenciais para alcançá-lo? Ainda não? Então, pesquise, prepare-se e estude. Aproveite a crise, tenha umpropósito claro, vá à luta e desenvolva seus diferenciais. Se o governo, as empresas e cada umde nós aproveitar- mos as oportunidades trazidas pela crise, estemomento difícil não terá sido perdido. Alguns vão até lembrá-lo commuito carinho. Ricardo Amorim Apresentador do Manhattan Connection da Globonews, colunista da revista IstoÉ , presidente da Ricam Consultoria, único brasileiro na lista dos melhores e mais importantes palestrantes mundiais do Speakers Corner e economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes Chega de só reagirmos aos problemas econômicos e tratarmos suas consequências. Temos de antecipá-los e cuidar de suas causas
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