RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA

Planejamento Revista da ESPM |março/abril de 2015 66 causa e efeito intrínsecas à situação e identificar uma possível hierarquia de ações. A explicação situacional irá fundamentar o desenho das situações almejadas (situação-objetivo) e de suas respectivas ações de transformação, o que deverá cons- tituir o momento seguinte do PES. • Momento normativo Aqui se constrói a concepção preliminar do plano, uma espécie de rascunho das ações necessárias para a trans- formação de determinada situação-objetivo. É o dese- nho do “deve ser”. Se considerado isoladamente, esse momento se assemelha muito aos métodos tradicio- nais. Vale lembrar que a consistência da proposta do autor requer a vivência de todos os quatro momentos, e sua originalidade está no todo, e não nas partes isolada- mente consideradas. Carlos Matus sugere o desenho em forma modular, baseado em cenários alternativos, incorporando dife- rentes trajetórias que possam ser realizadas conforme as mudanças observadas na situação vivida. Em outras palavras, não existe apenas um desenho ou uma única trajetória que possa ser considerada. Deve-se trabalhar commultiplicidade de caminhos, semabandonar o obje- tivo final, embora até esse possa sermodificado. Emsín- tese: esse é o momento de delinear propostas de ações sob forte incerteza. • Momento estratégico A partir do plano preliminar, agora é preciso pensar nas estratégias para lidar com os atores envolvidos e suas circunstâncias de restrições. Nesse sentido, o planeja- dor imagina as possíveis decisões e busca construir a viabilidade da ação. O propósito é a predominância do “deve ser” sobre o “pode ser”, visando reunir condições e recursos que permitam a implementação das ações originalmente concebidas. Aqui entra a figura do triân- gulo de governo anteriormente citado. Nesse momento pode surgir a necessidade de novas ações ou ajustes na trajetória inicialmente desenhada a fim de viabilizar o resultado pretendido. • Momento tático-operacional Os três momentos anteriores são precedentes à ação propriamente dita. São análises e cálculos que funda- mentama ação. Na iminência da ação, deve-se revisitar os momentos anteriores, recalculando e complemen- tando o plano, para que ele finalmente possa ser colo- cado em prática. Durante o curso da ação, por meio do seu monitoramento, continua-se a proceder ao enten- dimento da situação, proporcionando eventualmente novos cálculos normativos, que devem ser avaliados na perspectiva da viabilidade de sua realização, num processo contínuo até chegar à situação-objetivo ou o mais próximo dela. Qualquerplanejamentodeaçãoestratégicadeveestabelecer adequadoentendimentoda realidadevivenciada, alémde dispor de recursosmetodológicoscapazesdeconduzir a iniciativade formaeficaz Para o PES, não basta você ter um excelente plano, fruto do processo de planejamento. Esse é apenas umdos três pontos capitais para o sucesso

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