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março/abril de2015| RevistadaESPM 75 Énacriseque testamos nossocaráter Por Arnaldo Comin Foto: Divulgação E stado ou iniciativa privada? A resposta está nas pessoas. Há mais de dez anos, o acadêmico e consultor indiano Raj Sisodia tem se debruçado em um tema desafiador para os especialistas em marketing: por que algumas empresas conquistam clientes mais fiéis e resultados mais robustos, mesmo investindo menos que seus concorrentes? “As companhias que assumem um propósito maior têm mais sucesso no longo prazo. Possuem clientes mais fiéis, menor rotatividade de funcionários e um relacionamento forte com seus fornecedores. O princípio é posicionar a sociedade em primeiro lugar, pois ela é a grande força transformadora”, afirma. Das conclusões desse longo período de estudos surgiu o conceito Capitalismo consciente , livro publicado por Sisodia em 2013, em coautoria com John Mackey, fundador da Whole Foods, uma das principais fontes de inspiração do movimento. Muito da teoria do capitalismo consciente já está presente nas práticas de respon- sabilidade social que vêm sendo adotadas por grandes empresas mundo afora. Sisodia aponta, porém, que não basta investir em ações sociais e ambientais como ferramenta de relações públicas, se o coração da empresa não trouxer benefícios concretos à comunidade. É justamente emmomentos de crise – como a vivida pelo Brasil hoje — que as em- presas precisammostrar seu real compromisso para com a sociedade. Para Sisodia, o desafio é transformar o cenário ruim em oportunidades. Para isso, os empreen- dedores não devem se furtar de sua responsabilidade e atuar ao lado de governos e trabalhadores para obter soluções aos problemas, abrindo possibilidades para a criação de novos negócios que contribuam para a coletividade e o crescimento do país. “Numa situação de crise, o que conta não são os recursos, mas as ideias. O que as pessoas mais precisam é de liderança.”

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