RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA

março/abril de2015| RevistadaESPM 81 para os grandes filantropos: que benefícios seus negócios estão proporcionando concretamente para a sociedade? A sua pergunta toca numa questão muito impor- tante para o futuro do capitalismo consciente. Arnaldo — Como as mudanças gera- cionais estão afetando a gestão das empresas em direção a um modelo mais inclusivo? Sisodia — A geração Millenium , que está concluindo a faculdade agora, tem um senso de propósito muito maior que as anteriores. Eles têm ma is consciência dos desa f ios globa is que estamos v ivendo e buscam um t raba l ho que l hes renda não apenas um bom salário, mas também a oportunidade para contribuir com um futuro melhor. É preciso ressaltar também que a maioria das pessoas, quando che- ga à meia-idade, entre os 40 e 50 anos, começa a se questionar so- bre seu modo de vida e passa a va- lorizar mais o bem comum, não só o sucesso profissional. Se conside- rarmos que diversos países estão convivendo com uma nova etapa de envelhecimento da população, essas mudanças são importantes. As inovações tecnológicas, que chegam com os mais jovens, alia- das à vivência dos mais velhos, abrem espaço para uma aborda- gem totalmente nova, facilitando em muito a comunicação e a troca de experiências. Isso pode trazer benefícios concretos para comuni- dades em todo o mundo. Arnaldo — O senhor admite que o nosso modelo de educação, desde o ensino básico até o superior, começa a incluir em sua agenda a questão do empreendedorismo consciente? Sisodia — Eu acredito que precisa- mos mudar a forma de motivar os nossos estudantes a respeito disso. As pessoas precisam aprender que um negócio não se resume apenas à autorrea lização e ao sucesso econômico. O empreendedorismo pode ser uma fonte poderosa de transformação da sociedade. Em segundo lugar, temos de motivar as pessoas a enxergar a sua profis- são não de maneira segmentada, numa relação de causa e efeito, mas também nos impactos que qualquer atividade causa no coleti- vo. É preciso entender um negócio em todo o ecossistema. No mundo de hoje, estamos vivendo a hiperes- pecialização, mas ninguém sabe exatamente como o seu trabalho se conecta com toda a engrenagem. O resultado disso é que sempre que alguém chega à solução para um problema, acaba criando um novo em outro lugar. As pessoas não con- seguem medir os efeitos colaterais de seus atos. O fato é que temos ensinado as pessoas a fazer bem o seu trabalho, mas não a trabalhar em busca de uma vida mais feliz e com significado. A liderança não é exercida com ativos, mas com ideias. As pessoas não querem ser usadas como um recurso material, mas como uma fonte de colaboração e inspiração latinstock

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