RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA

março/abril de 2015| RevistadaESPM 89 cobram os responsáveis pelos erros de incumbência. Na verdade, um bom gestor deveria estar mais preo- cupado em impedir que seja feito algo que não deveria ser feito do que corrigir o que deu errado. Maso fatoéquehojeos errosdeomissãonãosãodiscu- tidos, não são reconhecidos e, se confirmados, a presta- çãode contas por eles raramente é explicitada oumesmo nãoacontece. Se é assim, entãopor que sepreocupar com eles? Por que adotar uma visão que os explicite? Por que construir responsabilidade? Um gestor que quer evitar ao máximo possível a desaprovação deve tentar mini- mizar os erros de incumbência e não evidenciar os erros de omissão nem tampouco desenvolvermecanismos de cobrança para eles. Isso significa que deve manter dis- tância de abordagens que explicitem consequências e reponsabilidades com base em um entendimento mais abrangente do problema. Essa, segundo Ackoff, é uma dasprincipais razõesparaqueasorganizaçõesnão façam mudanças substanciais na forma de decidir, incluindo, por exemplo, ferramentas de pensamento sistêmico. E como fugir dessa armadilha dos erros de omissão? Não existe uma receita mágica, mas há um conselho simples: grave todas as decisões de importância, ainda que no final a decisão seja fazer ou não alguma coisa. O registro da decisão deve incluir: as relações sistêmicas, os efeitos esperados da decisão e por que se considera que eles podem acontecer; os pressupostos em que se baseiam as expectativas; as entradas para a decisão (informação, conhecimento, dinheiro etc.); e a forma como a decisão foi tomada e por quem. São pontos simples, mas que nos forçam a pensar e, principalmente, agir de maneira mais abrangente, sistêmica e, por que não, mais inteligente! Júlio César Bastos de Figueiredo Doutor em física nuclear pela USP, coordenador acadêmico da pós-graduação em gestão e marketing digital da ESPM e pesquisador do núcleo de estudos em gestão internacional (NEGI/ESPM) Émais fácil culpar alguémque tomouadecisãodoque assumir quepoderia ter barradoestadecisão. Aúnica maneirade fugir dessa responsabilidadeé justamentenão sepermitir ter umavisãoclara, geral ecomumdoproblema Umbomgestor deveria estarmais preocupado em impedir que seja feito algo que não deveria ser feito do que corrigir o que deu errado shutterstock

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