RESPM_MAR_ABR_2015 ALTA

Pesquisa e Desenvolvimento Revista da ESPM |março/abril de 2015 92 E stamospassandoporummomentocomplexo da nossa história. Não somente pelos escân- dalos de corrupção que estão vindo à tona, mas também por diversos outros motivos: baixo crescimento econômico; inflação ultrapassando o teto dameta; pouca inserção no comércio internacio- nal; e entraves para vencer os desafios da competitivi- dade — sobretudo na nossa indústria, que vemperdendo participaçãono PIB. Se na década de 1980 a nossa produ- ção industrial representava 25% do PIB nacional, agora representa apenas 13%. Como se vê, a situação é preocupante e não temos, de maneira sistemática, endereçadoasquestões estruturais que possam levar o Brasil ao crescimento sustentável em termos econômicos, sociais e ambientais. As principais políticas e os programas para o desen- volvimento são caracterizados, de maneira geral, por ações pontuais, não conectadas comumplano estraté- gico e de longo prazo, pensado para alicerçar e construir o crescimento sólido do país. As melhores experiências de desenvolvimento no mundo atual nos mostram três elementos centrais que devem, necessariamente, estar presentes numa estra- tégiamaior para o país avançar na direção de umcresci- mento robusto: educação, inovaçãoeempreendedorismo. Trata-se de elementos complexos, que demandam análises exaustivas e atores qualificados. Quero aqui focar minha discussão na inovação. NoatualmomentodoBrasil, é inevitável queas empre- sas olhemcomcautela seus investimentos —não apenas em inovação, mas os investimentos de maneira geral, pois não existe futuro sem que sejam adequadamente gerenciados os desafios do presente. Contudo, há de se compreender que os investimentos em inovação são sempre estratégicos. É através deles que a empresa se preparamelhor para enfrentar os ata- ques de seus concorrentes e ganha condições para criar novos produtos, serviços emodelos de negócio. É dessa maneira — ou seja, inovando — que a empresa cria mais valor para seus vários públicos, desde seus fornecedo- res até, sobretudo, seus clientes. Quer se olhe para os mercados global ou local, sem- pre competitivos, às vezes impiedosos, constata-se que a concorrência é difícilmesmoquando se inova. Quando não se inova, então, as condições de sobrevivência da empresapassama correr sérios riscos. Issoporque inova- çãoé, antesde tudo, umcompromissocomocrescimento sustentável da empresa no curto, médio e longo prazos. Inovação é uma estratégia contínua, permanente — ou seja, a longevidade de uma empresa está diretamente relacionada à sua capacidade de inovar. O advento da microeletrônica, por exemplo, nos mostrou quais são as empresas antenadas na necessidade de inovar per- manentemente (empresas essas que continuam vivas e competitivas) e quais eram as empresas que tinham uma parcela importante nomercado e que, por não ino- varem, deixaramde existir. Aconcorrência é difícilmesmoquando se inova.Quandonão se inova, então, as condições de sobrevivênciada empresa passama correr sérios riscos

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