RESPM-SET_OUT-2015-baixa

setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 101 conquistamos a melhor fatia do mer- cado internacional. Revista da ESPM —Qual foi o impacto dessamudança no faturamento do setor? Olívia — Enquanto a rocha é ven- dida a US$ 200 a tonelada, o preço médio da chapa polida é de US$ 900 a tonelada. Continuamos vendendo o bloco para países como China e Taiwan, que não compram o produ- to processado. Mas o nosso foco é o mercado de chapa polida, que já representa uma parcela significativa do nosso faturamento. De janeiro a julho de 2015, exportamos US$ 750 milhões, dos quais US$ 500 milhões representaram o envio de chapa po- lida para os Estados Unidos. No ano passado, do US$ 1,280 bilhão de gra- nito brasileiro enviado ao exterior, US$ 1 bilhão foi de chapa polida. Nos primeiros seis meses do ano, regis- tramos um crescimento de 6,8% nas exportações de chapa polida para a América do Norte, o que compensou a redução de 34% nas exportações da pedra bruta para China e Taiwan. A crise no mercado chinês incenti- vou muitas empresas brasileiras a abrir novos mercados e a investir na importação de maquinário italiano para atender a essa nova demanda. Revista da ESPM — Estudiosos indi- cam que hoje não basta participar das cadeias globais de valor. É preciso as- cender na escala de participação da ren- da gerada por ela. Um exemplo disso é o caso da montagem dos smartphones da Apple na China. Estima-se que do valor de um iPhone comercializado por US$ 400 nos Estados Unidos, apenas US$ 5 vão para as empresas montadoras situadas na China, US$ 45 para o Japão e demais fornecedores, enquanto US$ 350 vão para a Apple. Como ocorre essa divisão de receita no caso do granito brasileiro enviado ao exterior? Olívia — No caso da chapa polida, seu valor é sete vezes superior ao preço do material bruto. Nos Esta- dos Unidos, a nossa produção abas- tece os depósitos de materiais de construção, que são um mercado dominado por indianos. Lá, eles costumam revender a peça para a marmoraria, que recorta a chapa e a instala na cozinha do americano por um custo três vezes maior do que o valor do nosso material acabado. Em alguns casos, quando a obra é muito grande, fechamos o acordo direto com a construtora para o envio das pedras recortadas. Essa negociação direta com as construtoras ameri- canas já representa 5% das nossas e s p e c i a l C A D E I A S G L O B A I S D E VA L O R Olívia Tirello, do Centrorochas: ”Ovalor da chapa polida é sete vezes superior ao preço do granito emestado bruto” Uma das inúmeras pedreiras do Espírito Santo, de onde sai 80% do granito exportado pelas empresas brasileiras fotos : divulgação

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