RESPM-SET_OUT-2015-baixa

setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 107 e s p e c i a l C A D E I A S G L O B A I S D E VA L O R outros países para o encarroçamento de ônibus pelo mundo? Bisi — Sim. Todos os ônibus produzi- dos pela Marcopolo são desenvolvi- dos total ou parcialmente no Brasil. Isso ocorre com modelos criados para o México, a Colômbia, o Egito e a África do Sul, por exemplo. Em vários desses países, há, também, modelos locais específicos, cujo projeto foi desenvolvido antes da parceria e, em razão de sua adequa- ção ao mercado local, continuam sendo produzidos somente nesses lugares. Assim, a Marcopolo mescla sua expertise internacional e o ta- lento da engenharia brasileira com as necessidades e oportunidades locais. Na China, por exemplo, a Marcopolo desenvolve e produz os modelos não somente para a Aus- trália, mas também para a Rússia e diversos outros países vizinhos por meio de projetos sempre chefiados pela engenharia brasileira. Revista da ESPM — A política co- mercial brasileira estimula e facilita a realização dos acordos de comple- mentação ou falta um esforço mais específico por parte do nosso governo? Nesse caso, o que poderia ser feito para melhorar esse cenário? Bisi — A política comercial bra- si lei ra não ajuda tanto quanto se espera ou poderia. Veja o caso do acordo com a Argentina, que há anos vem trazendo transtor- nos para o setor de ônibus e para toda a i ndúst r ia brasi lei ra . As exportações ficam prejudicadas, e a importação de determinados produtos, mu ito faci litada . Em contrapartida, a importação de equipamentos, às vezes, envolve muita burocracia. O que se precisa é de uma política que favoreça a empresa brasileira e facilite a sua atuação no mercado internacio- na l. Não se deve viver somente focado no mercado doméstico por risco de se perder a competitivida- de, a eficiência e a produtividade. Revista da ESPM — Olhando para o futuro, o que o grupo está fazendo, no âmbito de acordos com outras empresas, para ampliar a sua parti- cipação em cadeias globais de valor? Bisi — Nos últimos dez anos, a Marco- polo realizou muitas parcerias e aqui- sições. No momento, a estratégia da empresa é consolidar essas operações e fazê-las rentáveis e competitivas globalmente. É claro que a empresa está sempre atenta às oportunidades, como no caso de participação na cana- denseNewFlyer;masnãohá aquisição ouparceria emvista. Revista da ESPM — Em entrevista à revista Exame , José Rubens de la Rosa, diretor-geral da Marcopolo, fez a seguinte afirmação: “Desco- brimos que, no mercado interna- cional, é preciso se mover rápido. A regra é arriscar pouco e desistir logo quando o cenário muda”. Como essa regra se aplica hoje diante deste momento de mercado? Bisi — A Marcopolo continua se mo- vendo rápido e inovando no Brasil e no mundo. Por aqui, mesmo com o mercado em baixa, acabamos de lançar cinco novos modelos de ôni- bus para atender à demanda futura e fomentar nos clientes a opção pela renovação de frota. Isto é, estimular o mercado. Rev ista da ESPM — Quando o assunto são cadeias globais de valor, quais são os principais aprendizados obtidos pela empresa que desde a dé- cada de 1960 atua no exterior? Bisi — A Marcopolo desenvolveu expertise única no mercado de ôni- bus e precisa se manter à frente das demais empresas e com dife- renciais competitivos fortes para continuar sendo vista pelos parcei- ros e players como uma empresa de elevado valor agregado. Somente assim despertará o interesse de seus parceiros e continuará a obter os resultados em termos de efici- ência, competitividade e presença global que desfruta hoje. Inovar sempre é um dos principais drivers da empresa, assim como o foco nas pessoas, na formação e capacitação cada vez maior e melhor. “Inovar sempre é umdos principais drivers da empresa, assimcomo o foco nas pessoas, na formação e capacitação cada vezmaior emelhor. Esta é a fórmula de nossos diferenciais competitivos”

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