RESPM-SET_OUT-2015-baixa

setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 123 conexão com a indústria americana. Como falamos, um dos problemas do Brasil é sua posição geográfica, o que não ocorre com México, o que levou o país a estabelecer uma liga- ção direta cada vez mais forte com a China para atender ao mercado doméstico norte-americano. Revista da ESPM — O cenário econô- mico atual favorece o México, mesmo semuma política estratégica forte? Gereffi — A grande mudança nesse contexto é que o México está conse- guindo aumentar sua fatia de mer- cado em relação aos fornecedores chineses dentro dos Estados Unidos. E muito disso se deve às mudanças na economia chinesa. Primeiro, pelo aumento gradual dos salários e, se- gundo, pelo esforço chinês em fortale- cer seu mercado doméstico commais inovação. O México está se tornando muito mais competitivo, não só por- que os salários estão mais próximos aos da China. Coma queda nos custos de energia nos Estados Unidos, a in- dústria americana está renascendo, o que beneficia muito a indústria mexi- cana de bens intermediários. Revista da ESPM — Esse é um indício de que a globalização está mudando de forma novamente? Gereffi — Nós viemos de um ciclo que começou pelas economias na- cionais, passou pela fragmentação global e agora está voltando para a regionalização das cadeias de valor. Nos últimos dez anos, é per- ceptível como a Ásia fortaleceu sua economia regional, assim como a América do Norte, a América do Sul e a Europa. Os países com alta par- ticipação industrial estão fazendo muito mais negócios na cadeia de fornecedores com seus vizinhos. Isso está acontecendo também com a China, que primeiro atraiu muito investimento japonês, coreano e de Cingapura e agora está levando sua indústria de baixo valor agregado para o Vietnã. O que há hoje é mui- to mais uma indústria integrada da Ásia-Pacífico, da América do Norte, e assim por diante. E essa será a realidade para os próximos dez anos, pelo menos. Revista da ESPM — Onde se encaixa a América do Sul nesse rearranjo global? latinstock EmTaiwan, opaísdecidiu ter uma indústriapetroquímica forte, emboranão tenhapetróleo. OBrasil fezumtentativasimilar muito interessantequandonegocioucomaAppleeaFoxconnpara trazer aproduçãodo iPhone

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