RESPM-SET_OUT-2015-baixa
setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 13 Comosermais competitivosemperder asconquistassociais Por Arnaldo Comin Foto: Divulgação C ombustível indispensável ao capitalismo contemporâneo, a inovação costuma ser erroneamente interpretada como a superação constante das fronteiras da tecnolo- gia e do conhecimento. Na prática, porém, as economias e empresas podem obter enormes resultados com pequenos aprendizados conquistados dia após dia, quase sempre inspirados emboas práticas já disponíveis nomercado. Odesafio é estar atento ao fluxo de informaçãoque corre hojenomundo e saber até onde se quer chegar. “Essa noção de cadeia global de valor temmenos a ver com inovação de ponta, estando mais relacionada com especialização e desenvolvimento de capacidades que tornem o seu negócio mais competitivo”, sintetiza o economista-chefe do Departamento de Práticas de Comércio e Competitividade Global do BancoMundial, Mark Dutz, que tambémchefia a seção para a Amé- rica Latina eCaribe. Sediado emBrasília, Dutz é umprofundo estudioso dos temas relacionados à globalização, especialmentenas economias emergentes. Para o economista, quatro grandes forças impulsionam hoje a globalização: competitivida- de, abertura econômica e de ideias, conectividade e capacidades em atividades específicas ou áreas do conhecimento. O Brasil, segundo Dutz, preocupa, principalmente, nos dois primeiros elementos. “Nas regiões que se abrirammais ao comércio, essefluxode ideias e valores foimuito maior. OBrasil, que era umpaís fechado, fechou-se aindamais nos últimos anos.” Autor do livro Unleashing India’s innovation: toward sustainable and inclusive growth (Editora World Bank Publications, 2007), Dutz elogia o vibrante empreendedorismo indiano e sua ca- pacidade de trazer soluções inovadoras a partir de ideias simples, impactando positivamente na imensa população carente daquele país. Para ele, há inúmeros sucessos na Índia que servi- riam de exemplo para o Brasil. “O verdadeiro desafio é aprender de que maneira a economia pode ser estruturada visando à competitividade, sem perder os avanços sociais que o Brasil registrou nos últimos anos.”
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