RESPM-SET_OUT-2015-baixa
setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 15 percorrer. Em resumo, esses quatro fatores — competitividade, abertura, conectividade e capacidades — em- purraram diversas partes do mundo para o aumento da produtividade e uma melhoria de posição dentro das cadeias globais de valor, tornando es- sas economias mais preparadas para asmudanças nosmercadosmundiais, com mais especialização em deter- minados segmentos e capacidade de adaptação. Nesse sentido, a Alema- nha se ajustou a esses fatores-chave e se saiumelhor, enquanto o Brasil não. Revista da ESPM — Sua especialidade são os processos de inovação aplicados à sustentabilidade e inclusão social. Por que o Brasil tem tanta dificuldade para inovar? E como inovar pensando sempre na competitividade? Dutz — As duas primeiras forças são as mais cruciais para o Brasil conse- guir avançar em inovação, compe- titividade e abertura. Não é correto dizer que todos os empreendedores brasileiros precisammudar dementa- lidade. Nós podemos aprender muito com o sucesso de empresas como a Embraer e a Embrapa, que estãomuito conectadas com as cadeias globais de valor. Mas o que faz o sucesso de uma empresa como a Embraer é a pressão da competição global, não apenas uma posição privilegiada dentro de um mercado doméstico fechado. É o caso de uma companhia que tirou pro- veito dessa vantagem inicial para en- tender o jogo competitivo global. Um dos problemas das políticas recentes de inovação no Brasil é que estiveram muito focadas em ciência e tecnolo- gia, mas não emprocessos inovadores de comercialização nos mercados glo- bais. Um ótimo caminho que o Brasil poderia seguir é a convergência entre políticas de inovação e de comércio. Que tipo de política comercial pode ajudar na inovação? Revista da ESPM — E qual é o cami- nho para chegarmos a essa resposta? Dutz — O país deveria observar mais as práticas de empresas brasileiras que já estão atuando bem no exterior e estimular a competição no seumer- cado interno. A inovação comercial envolve menos risco, porque ela não consiste em investir muito para se reinventar a roda. O conceito está em aproveitar aquilo que já está dando certo, com um fluxo maior de Omundo inteiro investiuemeducaçãodequalidade, comobjetivodeelevar acompetitividadedasua forçade trabalho. EmboraoBrasil tenhaavançadomuitonessequesitonosúltimosdezanos, háaindaumlongocaminhoapercorrer shutterstock
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