RESPM-SET_OUT-2015-baixa

setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 17 car processos para o benefício das empresas. Esse é um processo que, sem dúvida, deve partir das políticas nacionais, mas deve se estender para os níveis inferiores da administração nos estados e municípios. Melhorar sua posição no ranking significará, no futuro, um recado do Brasil de que o país está aberto aos negócios com o mundo e tem procurado melhorar as condições para que as empresas se estabeleçam no país. Esta é uma mensagemmuito poderosa. Revista da ESPM — O relatório aponta que alguns países da Amé- rica Central e da América do Sul tomaram várias medidas para sim- plificar os procedimentos para as empresas. A região como um todo está muito atrasada em relação às demais regiões emergentes? Dutz — Nas quatro áreas-chave so- bre as quais falamos anteriormente, a América Latina, como região, ficou para trás. Ela não tomou as medidas para dinamizar sua economia com a mesma eficiência do Extremo Oriente, por exemplo. Quando se ob- servam os padrões de comércio na América Latina versus o Leste Asiá- tico, há diferenças cruciais. Ambas as regiões têm muito comércio re- gional, mas com enormes diferen- ças. Na Ásia, há muito mais comér- cio dentro das mesmas indústrias, como automóveis, por exemplo. Isso contribui para o aumento da produ- tividade dos fornecedores dentro de uma mesma cadeia, visando ao mercado exportador. Isso não ocorre na mesma intensidade na América Latina. Mais crítico ainda é como as empresas se posicionamnas cadeias globais. Um estudo recente de Au- gusto de La Torre, economista-chefe para América Latina e Caribe do Banco Mundial, e sua equipe mostra que as companhias do Leste Asiáti- co estão estrategicamente colocadas bem no meio das cadeias de valor. No estágio intermediário entre os bens primários e o produto final. Isso potencializa um crescimento mais rápido, pois as empresas têm muito mais capacidade de melhoria de processos e de aprendizado tanto de quem compra quanto de quem vende no mercado. O Brasil e a maio- ria dos países latino-americanos, por outro lado, estão normalmente nos primeiros estágios da cadeia de produção, o que limita bastante a capacidade da região em melhorias de processos e ingresso em novos mercados. As empresas asiáticas, por conta disso, estão muito mais conectadas com os Estados Unidos e a União Europeia. Revista da ESPM —Qual é a saída? Dutz — O Brasil e os países latino-a- mericanos devem se conectar mais aos países que estão na parte interme- diária da cadeia para ter mais acesso aos mercados que estão na ponta da inovação e do desenvolvimento. Essa visão está, de fato, muito presente no novo plano nacional de exportações shutterstock

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