RESPM-SET_OUT-2015-baixa

setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 23 estavamainda envolvidos coma famigerada Revolução Cultural, e reinava por lá uma absoluta desorganização produtiva e econômica. E assim fomos aos poucos adensando a nossa pauta exportadora com automóveis, autopeças, máquinas e equipamentos, produtos siderúrgicos, químicos, papel e celulose, pneumáticos, móveis, material de construção, alimentos industrializados, eletrodomésticos, vestuá- rio, calçados e até aviões regionais, alémde tantos outros itensdeexportaçãodemanufaturas. Aospoucos, também fomos conquistandomercados pioneiros, estabelecendo novasparcerias comerciais comumapragmática e agres- siva diplomacia econômica, e assimmultiplicamos nos- sas exportações ao longo da década de 1970 e início dos anos 1980. Havia um programa consistente e confiável de apoio às exportações brasileiras e, já em 1985, o Bra- sil despontava como umexportador emplena ascensão, atingindo naquele ano umvalor total de cerca deUS$ 25 bilhões, dos quais pouco mais de 50% eram de produtos manufaturados, equivalente a ummarket share de 1,5% das exportaçõesmundiais. Foi nesse ano que atingimos o auge relativo de nossa participação no valor total das exportaçõesmundiais. A história é longa e talvez maçante pelos infortú- nios de nossa economia nas décadas de 1980 e 1990. Emsíntese, durante esse período, chamado de “década perdida”, a economia brasileira foi pressionada tanto pela crise da dívida externa quanto por uma longa sequência de frustrados planos econômicos que só fizeram agravar os desajustes fiscais e monetários. Entre 1980 e 1990, ocorreram vários ciclos de impen- sável hiperinflação, até que, em 1994, o Plano Real veio estabilizar definitivamente a economia brasi- leira, mas com o viés da âncora cambial, mantendo o real sobrevalorizado por um longo período até 1999. Isso foi fatal para a continuidade do esforço exporta- dor brasileiro, pois, devido ao fator cambial, as expor- tações ficaram subitamente mais caras e as importa- ções mais baratas, agravando a nossa competitividade relativa e determinando um crescente déficit em con- tas correntes externas. Em 1999, essa anunciada “nova crise cambial ” resolveu-se com a introdução de um regime de câm- bio flutuante e um programa de inúmeras medidas pró-exportação, como a criação da Agência Brasi- leira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), do Programa de Financiamento às Exportações (Proex), da Câmara de Comércio Exterior (Camex), entre outras medidas. Aí começou a se desenhar um novo ciclo virtuoso para as exportações brasileiras, que saltaram de cerca de US$ 50 bilhões em 2002 para mais de US$ 250 bilhões em 2012, uma década depois. Em 2015, infelizmente, estamos regredindo para menos de US$ 200 bilhões, por conta de fato- res externos e domésticos que têm afetado os preços de nossas exportações e a competitividade de nossa indústria manufatureira. Porémnão nos iludamos com esses números recen- tes. Na verdade, devemos reconhecer que esse salto quantitativo das exportações brasileiras é mais bem Umadas principais desvantagens do Brasil é amãode obrapoucoqualificada, devido adeficiências dos setores de educaçãobásica e ensinoprofissional latinstock

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